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O número de incêndios diminuiu este ano face a 2015, mas a área ardida registou o nível mais elevado dos últimos 10 anos.

"O ano de 2016 apresenta, desde 2006 (até ao dia 30 de Setembro), o quarto valor mais baixo em número de ocorrências e o valor mais elevado de área ardida", refere o relatório provisório do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

Segundo o documento, a área ardida este ano quase que triplicou em relação a 2015, tendo sido consumido um total de 150.364 hectares entre 1 de Janeiro e 30 de Setembro.

Em Julho, Agosto e Setembro, foram consumidos 99% da área ardida – mais de 115 mil hectares só em Agosto.

O relatório destaca ainda que, em termos de severidade meteorológica, este ano foi o oitavo mais severo desde 2003.

Esta terça-feira, a Autoridade Nacional de Protecção Civil faz um balanço operacional dos incêndios florestais – uma avaliação do Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Florestais 2016 (DECIF), feita também pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e a Guarda Nacional Republicana.

De acordo com o ICNF, Porto, Braga e Aveiro foram os distritos com o maior número de incêndio, enquanto Aveiro e Viana do Castelo foram os mais afectados em termos de área ardida.

Cerca de 53% da área ardida no distrito de Aveiro corresponde a uma única ocorrência, que teve início na freguesia de Janarde, concelho de Arouca, e consumiu 21.910 hectares de espaços florestais. Foi o maior incêndio do ano.

Estes dados do ICNF não incluem os incêndios que ocorreram na segunda semana de Agosto na Madeira e que provocaram três mortos, um ferido grave e centenas de deslocados e desalojados, sobretudo no concelho do Funchal.

A autarquia avalia os prejuízos em 61 milhões de euros, com cerca de 300 edifícios destruídos ou afectados.

A Polícia Judiciária abriu este ano 1.620 inquéritos pelo crime de incêndio florestal e deteve 80 presumíveis incendiários, sendo que 33 ficaram a aguardar julgamento em prisão preventiva.

Há vários anos que existe um perfil psicológico do incendiário típico. Segundo Rui Abrunhosa Gonçalves, psicólogo forense, este perfil tem sido afinado pela Polícia Judiciária, mas, no essencial, não mudou. "Baixo nível educacional e de qualificação profissional, habitante em zona rural, consumidor de álcool e com um atraso cognitivo e patologias do foro mental”.

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