A justiça britânica rejeitou o pedido de extradição de Julian Assange, fundador da WikiLeaks, para os EUA, onde é acusado de 18 crimes, incluindo espionagem, e arrisca uma pena de até 175 anos de prisão.

A decisão da juíza Vanessa Baraitser é passível de recurso.

A magistrada do Tribunal Central Criminal de Inglaterra e País de Gales justificou a decisão com preocupações relativas à saúde mental do australiano e aos riscos de que pudesse cometer suicídio sob custódia dos EUA.

Os advogados de Assange pediram a sua libertação imediata, após 21 meses detido na prisão de Belmarsh, e a juíza irá ouvir os argumentos dentro de 45 minutos.

Os procuradores norte-americanos indiciaram o australiano por 17 acusações de espionagem e uma por utilização indevida de computador, após a divulgação há uma década de mais de 700 mil documentos classificados sobre as atividades militares e diplomáticas norte-americanas, designadamente no Iraque e Afeganistão.

As acusações implicam uma sentença que pode ir até 175 anos de prisão.

Os Estados Unidos acusam o fundador do WikiLeaks de ter colocado em perigo fontes dos serviços norte-americanos.

Julian Assange foi preso em Londres em abril de 2019, depois de sete anos a viver na embaixada equatoriana, onde se refugiou após violar as condições da sua liberdade condicional por receio de ser extraditado para os Estados Unidos.

Enquanto aguardava a decisão britânica, o fundador do Wikileaks está detido na prisão de alta segurança de Belmarsh, em Londres, tendo as condições em que vive sido denunciadas pelo relator das Nações sobre temas relacionados com tortura, Niels Melzer.