O líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, reconhecido por mais de 50 países como Presidente interino da Venezuela, considerou "muito produtiva" a reunião que realizou na quarta-feira com o Presidente dos EUA, Donald Trump.

"Em nome dos venezuelanos, estamos aqui porque, em 5 de janeiro, 7 de janeiro e 15 de janeiro, conseguimos resistir aos ataques de uma ditadura, resistir ao que foi a tentativa de tomar o parlamento à força", declarou Guaidó aos jornalistas.

Guaidó referia-se a três episódios em que deputados da oposição foram impedidos de entrar na Assembleia Nacional por grupos de civis encarados pela oposição e por grupos de direitos humanos como unidades paramilitares.

O também presidente da Assembleia Nacional falava depois de visitar a Casa Branca para o seu primeiro encontro com Donald Trump, cujo Governo foi o primeiro a reconhecer a legitimidade de Juan Guaidó, após este se ter autoproclamado Presidente interino, em janeiro de 2019.

"Insistimos em todos os momentos que temos o apoio do mundo, que não é a Juan Guaidó, é a uma causa, é a democracia, é a liberdade, é a possibilidade de ver um continente definitivamente livre, não permitindo refúgio a terroristas nem a traficantes de drogas", acrescentou.

Guaidó agradeceu o "compromisso" de Trump, que, no seu terceiro discurso do Estado da União, perante o Congresso, expressou o seu compromisso com a "justa luta pela liberdade" da Venezuela.

"Enfrentamos na Venezuela, como sabem, uma ditadura, uma ditadura que persegue, que tortura, que sequestra, que ameaça de morte, que atentou contra o veículo que transportava deputados em 15 de janeiro, que quer destruir um país. Não vamos permitir isso", indicou Guaidó, acrescentando que "ações concretas" contra o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, serão anunciadas "no devido momento".

Juan Guaidó chegou na quarta-feira à Casa Branca acompanhado pelo seu comissário para as Relações Exteriores da Venezuela, Julio Borges para uma reunião com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A Venezuela, país que conta com cerca de 32 milhões de habitantes e com uma significativa comunidade de portugueses e de lusodescendentes, enfrenta um clima de grande instabilidade política, situação que se soma a uma grave crise económica e social.