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O Governo francês diz que vai fazer tudo o que estiver ao seu alcance para evitar a execução de seis jihadistas de nacionalidade francesa que foram condenados à morte por um tribunal iraquiano.

Os seis franceses, três condenados no domingo, outro na segunda-feira e outros dois esta terça-feira, foram capturados quando combatiam juntamente com o autoproclamado Estado Islâmico.

Para além destes que já foram condenados, há mais seis ainda a aguardar julgamento.

Entre os terroristas de origem francesa encontra-se Brahim Ali Mansour Nejara, originalmente de Lyon, que apareceu em vídeos a louvar ataques terroristas em Paris e tentou recrutar mais combatentes, incluindo os seus irmãos, a juntarem-se a ele no “califado”, a área da Síria e do Iraque dominada pelo Estado Islâmico.

Em declarações ao juiz iraquiano, Nejara diz que foi forçado a gravar o vídeo porque falava francês.

O grupo de 12 franceses foi capturado pelas Forças Democráticas da Síria, um grupo que reúne milícias curdas, árabes e cristãs e que domina o noroeste da Síria. As FDS, que sendo contra o Governo de Bashar al-Assad têm observado um pacto de não-agressão com as forças do regime, foram responsáveis por eliminar no terreno o Estado Islâmico, com o apoio aéreo de forças da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos.

Em março foi declarada a eliminação do “califado” do Estado Islâmico. Depois de capturados, os jihadistas foram entregues ao Iraque em janeiro.

A posição de França, que se opõe ao uso da pena de morte, chama atenção para um problema de difícil resolução. As Forças Democráticas da Síria têm em sua posse milhares de detidos do Estado Islâmico, a que se somam campos onde vivem os seus familiares. Muitos destes detidos são cidadãos europeus, mas os seus estados nada têm feito para os repatriar.

As FDS já disseram que não se importam de manter os presos, desde que o Ocidente os ajude a financiar prisões onde possam ser mantidos. Querem ainda a formação de um tribunal internacional para os julgar, o que teria a vantagem de dar legitimidade política internacional ao governo local.

Apesar de se saber que houve cidadãos portugueses que combateram com o Estado Islâmico, não há qualquer indicação de que tenham sobrevivido ou que estejam detidos na Síria.