As ações do banco Credit Suisse continuaram a afundar esta quarta-feira, chegando a registar uma queda de 30%, depois de o seu maior acionista ter anunciado que ia retirar apoio à instituição financeira, levando o CEO do banco suíço a vir a público dar garantias da segurança financeira da instituição.

O Credit Suisse, que já estava a tentar recuperar de uma série de escândalos que vieram minar a confiança de investidores e clientes, viu as suas ações caírem 17% a meio da tarde, depois de terem chegado a registar uma queda recorde de 30%, gerando quedas em bolsa para uma série de outros bancos europeus.

Num sinal de que os reguladores estão atentos à situação, fontes confirmaram à Reuters a notícia do Wall Street Journal a dar conta de que o Banco Central Europeu (BCE) está já a contactar os credores que supervisiona para apurar até que ponto estão expostos financeiramente ao Credit Suisse.

A perda de valor de mercado das ações do banco também levou a primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, e o ministro francês das Finanças, Bruno Le Maire, a contactar os homólogos suíços para obterem mais esclarecimentos sobre a crise ainda hoje.

"Compete às autoridades suíças lidar com a situação do Credit Suisse", disse Borne no Senado francês.

Por sua vez, Ulrich Koernet, CEO do banco, tentou acalmar o nervosismo dos mercados dando garantias de que a liquidez do banco continua forte e bem acima das exigências dos reguladores. Até ao momento, o Banco Central da Suíça recusou-se a comentar a queda do Credit Suisse em bolsa.

Na terça-feira, aquele que é o segundo maior banco da Suíça publicou o seu relatório anual de 2022, no qual se adianta que foram identificadas "fraquezas materiais" nos mecanismos de controlo de reporte financeiro da instituição bancária.

Analistas da Exane dizem que "o cenário mais provável" é o de um bailout do Credit Suisse pelo Banco Central e o regulador financeiro da Suíça (Finma) e admitem a possibilidade de o Banco Nacional Saudita (SNB) voltar atrás na sua decisão.

Em declarações à Reuters esta manhã, o chairman do SNB, Ammar Al Khudairy, assegurou que essa não é uma possibilidade. "Não podemos, porque iríamos muito acima dos 10%. Trata-se de uma questão regulatória."