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"Os Guardiães". Jornalistas assassinados e detidos são personalidade do ano para a "Time"

11 dez, 2018 - 13:03

O título é atribuído todos os anos a uma pessoa ou a um grupo de pessoas que “mais influenciou as notícias e o mundo ao longo do ano”.

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Jamal Khashoggi e outros jornalistas assassinados, perseguidos ou detidos desde o início de 2018 são os escolhidos pela revista “Time” como personalidade do ano.

A revista intitula-os como "os guardiões" na "guerra pela verdade". Além do dissidente saudita Jamal Khashoggi, Maria Ressa, Wa Lone, Kyaw Soe Oo e o jornal "Capital Gazette" integram também o grupo de vencedores.

A "Time" justifica a escolha com o facto de estes e outros jornalistas "correrem grandes riscos em busca de verdades maiores, pela busca imperfeita, mas essencial, por factos, e por falarem".

O título é atribuído todos os anos a uma pessoa ou a um grupo de pessoas que “mais influenciou as notícias e o mundo, para o melhor ou para o pior, durante o ano” em curso.

Quem são os vencedores?

Jamal Khashoggi, um colunista do Washington Post e crítico do príncipe herdeiro, desapareceu há três semanas depois de entrar no consulado saudita em Istambul, para ir buscar documentos para o seu casamento. As autoridades turcas suspeitam que Khashoggi foi morto e desmembrado dentro do consulado por agentes sauditas.

Maria Ressa, de 55 anos, dirige o Rappler, um site de notícias online nas Filipinas que denunciou execuções extrajudiciais ordenadas pelo Presidente Rodrigo Duterte no âmbito da sua guerra contra as drogas, que já resultou em mais de 12 mil mortos, de acordo com uma estimativa da Human Rights Watch divulgada em janeiro.

O Governo de Duterte recusa conceder acreditação a jornalistas do Rappler e, em novembro, acusou o site de fraude fiscal, uma alegação que ver Ressa ser condenada a uma pena de até dez anos de prisão.

Wa Lone e Kyaw Soe Oo são dois jovens jornalistas da agência Reuters detidos em Myanmar (antiga Birmânia). Foram condenados a sete anos de prisão por terem documentado as mortes de dez pessoas de etnia Rohingya.

O jornal "Capital Gazette", em Annapolis, no Maryland, foi palco de um tiroteio em junho deste ano. Cinco pessoas morreram, entre as quais quatro jornalistas e um profissional da área comercial. O autor do atentado foi um homem de 38 anos que, há seis anos, tinha apresentado um processo por difamação contra o jornal por causa de um artigo em que era acusado de assédio.

Entre os finalistas deste ano estavam figuras políticas como o Presidente norte-americano, Donald Trump, Robert Mueller, o procurador especial que está a investigar o alegado conluio de Trump com a Rússia, o Presidente russo, Vladimir Putin, e Moon Jae-in, o Presidente da Coreia do Sul.

A lista final incluía ainda grupos de pessoas como as famílias separadas na fronteira entre o México e os Estados Unidos e os ativistas da "Marcha pelas Nossas Vidas", na sua maioria jovens que sobreviveram ao tiroteio numa escola de Parkland, na Florida.

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