29 mar, 2022 - 07:00 • Pedro Azevedo
Atual presidente do Benfica, Rui Costa celebra, esta terça-feira, 50 anos de vida. Nasceu na Damaia, antiga freguesia do município da Amadora, no dia 29 de março de 1972.
Rui Costa foi um dos melhores jogadores da sua geração e um dos mais categorizados números 10 da história do futebol português. Requinte, qualidade técnica, visão de jogo e precisão no passe eram os principais atributos de um médio de excelência que marcou 115 golos em 778 jogos oficiais na carreira de futebolista profissional.
A vocação de Rui Costa foi despertada aos seis anos quando começou a jogar futebol de salão numa equipa infantil do Damaia Ginásio Clube em que o seu pai era o treinador. Aos nove anos entrou para o Benfica. No clube encarnado fez toda a formação, sendo emprestado ao Fafe no primeiro ano de sénior, na época de 1990/91.
No fim dessa temporada, a prestação no Mundial de sub-20 foi decisiva para o ingresso no plantel principal do Benfica. Rui Costa sagrou-se campeão do mundo de sub-20 com Carlos Queiroz no comando técnico, apontando o golo à Austrália que colocou Portugal na final da prova, no Estádio da Luz. No jogo decisivo, frente ao Brasil, apontou um dos penáltis do desempate após igualdade a zero no tempo regulamentar e prolongamento, contribuindo para a reconquista do título mundial de sub-20.
A estreia frente a Fernando Santos
Rui Costa estreou-se na primeira equipa do Benfica a 22 de setembro de 1991 frente ao Estoril, com o treinador sueco Sven-Goran Eriksson. Entrou aos 70 minutos para o lugar de José Carlos quando a partida estava empatada a uma bola. O jogo terminou com um empate a dois golos e no banco da equipa estorilista estava o atual selecionador nacional Fernando Santos.
Foi a primeira de três temporadas de Rui Costa no Benfica até à transferência milionária para a Fiorentina, no Verão de 1994, depois de festejar o único título de campeão nacional pelo Benfica, sob o comando técnico de Toni. Um milhão e 200 mil contos (seis milhões de euros, na moeda atual) pagou o emblema italiano ao Benfica. Foi a transferência mais cara do futebol mundial nesse ano.
Ídolo do clube de Florença, Rui Costa conquistou duas taças e uma supertaça pela equipa “viola”. Faltava ao “Príncipe de Florença”, como era apelidado pela imprensa transalpina, ser campeão de Itália, chegando a esse objetivo com a camisola do AC Milan, onde alinhou entre 2001 e 2006. No clube “rossoneri”, Rui Costa foi campeão em 2003/04. Um ano antes, ergueu a Liga dos Campeões, Supertaça Europeia e Taça de Itália. Em 2004 também conquistou a supertaça italiana.
O regresso ao Benfica consumou-se em 2006. Ainda jogou duas épocas no seu emblema do coração até pendurar as botas. O último jogo com a camisola das águias foi a 11 de maio de 2008 frente ao Vitória de Setúbal, no Estádio da Luz, num triunfo por 3-0. Saiu a quatro minutos do fim, debaixo de uma estrondosa ovação dos adeptos.
As lágrimas na Luz por marcar um golo ao Benfica
Na seleção, Rui Costa fez 94 jogos e 26 golos. Esteve em três europeus (1996, 2000 e 2004) e um Mundial (2002). Faltou ao “maestro” um título pela seleção principal que falhou por muito pouco, na final do Euro 2004 frente à Grécia, no Estádio da Luz. Entrou aos 60 minutos, mas não conseguiu a evitar a “tragédia grega”. Com Luiz Felipe Scolari no comando técnico da equipa Portugal foi vice-campeão europeu em 2004.
Terá sido a maior desilusão sentida no estádio do clube de sempre e onde festejou todos os golos marcados exceto um: o que apontou pela Fiorentina em 1996/97, num jogo de apresentação do Benfica aos sócios que terminou empatado a um golo.
Rui Costa marcou a Preud’homme e não conteve as lágrimas. “Devo ter sido o primeiro jogador a marcar um golo ao Benfica e a ser aplaudido. Foi uma sensação estranha, alguma felicidade e grande tristeza”, declarou no fim do jogo.
Presidente do Benfica até 2025
Depois de terminada a carreira de jogador, Rui Costa seguiu a carreira de dirigente. O “maestro” chega aos 50 anos de idade como presidente do Benfica. Assumiu o cargo a 9 de julho por decisão da direção na sequência da suspensão de funções de Luís Filipe Vieira por envolvimento no processo Operação Cartão Vermelho.
Três meses depois, a 10 de outubro de 2021, foi eleito com 84,48% dos votos, como 34º presidente da história do Benfica. O mandato é válido até 2025.