Paulo Rangel não aceita que sejam apenas os políticos os únicos a serem responsabilizados pelo aumento dos populismos. Durante o jantar-conferência da Universidade Europeia que, no sábado, durou quase duas horas, o ministro dos Negócios Estrangeiros referiu que os governos têm a obrigação de apresentar resultados, mas não podem ser os únicos.

“Eu vejo sempre toda a agente dizer que a culpa é dos governantes, dos políticos e do sistema, mas as pessoas que estão em casa não têm direito de voto? As pessoas que estão em casa não podem manifestar-se, não podem até indignar-se? Elas têm esses direitos, as pessoas também querem instalar-se”, disse Paulo Rangel.

“Nós temos de apresentar resultados, temos essa obrigação. Se os governos, parlamentos, câmaras municipais não apresentam resultados, até podemos substituí-los em eleições, mas há um momento a partir do qual, o que está em causa é o sistema e aí vêm os populismos”, detalhou o ministro dos Negócios Estrangeiros.

A poucas horas de serem apresentados os candidatos às eleições europeias, Paulo Rangel deixou o desafio para que voltem a apresentar a proposta do PSD para que seja criada na União Europeia uma politica demográfica comum.

“É uma boa causa para os candidatos que vão ser apresentados aqui este domingo, na esteira do que já foi uma proposta do PSD, que haja uma política comum de demografia”, referiu o chefe da diplomacia portuguesa.

O dirigente social-democrata voltou a defender que a Europa precisa de imigrantes e que no caso de Portugal, o país não deve acolher todos, mas antes receber bem quem procura o país para viver.

“Vamos precisar de gente vinda de outros continentes para a Europa, mas vamos ter de os integrar, tem de ser com conta peso e medida, uma imigração ponderada”, afirmou Paulo Rangel.