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Covid-19: Instituto Ricardo Jorge prevê três mil casos diários em breve

14 out, 2020 - 15:40 • João Carlos Malta

A informação foi avançada por Marta Temido em conferência de imprensa, no dia em que Portugal registou pela primeira vez mais de dois mil novos casos de Covid-19 num dia.

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A ministra da Saúde, Marta Temido, disse esta quarta-feira, na conferência de imprensa de balanço da situação epidémica, que o número de casos de infeção de Covid-19, segundo os cálculos matemáticos do Instituto Ricardo Jorge, podem chegar às três mil infeções diárias em breve.

"Pode haver um crescimento que se pode situar nos três mil casos se não tivermos a cautela necessária", observa Temido. A mesma sublinhou, no entanto, que estes calcúlos no têm em conta as medidas que entretanto foram adotadas. Esta quarta-feira, o Governo depois do Conselho de Ministros aprovou um conjunto de oito medidas para travar a escalada de novos casos.

Ainda antes, no mesmo dia em que Portugal bateu o recorde diário de casos de Covid-19, a ministra da Saúde afirmou que a situação crescente de novos casos se ia manter e podia mesmo agravar-se nos próximos dias.

Há cerca de três semanas, especialistas previram, em entrevista à Renascença, um cenário semelhante: mais de mil casos de Covid-19 por dia em outubro e um segundo pico à vista superior ao de abril. Ou seja, a perspetiva de uma segunda vaga mais severa e com maior impacto no número de infetados em Portugal.

A consultora Oliver Wyman, empresa que desenvolveu um modelo que procura estimar a evolução da pandemia a nível global e que presta consultoria a algumas entidades públicas, como o Governo brasileiro, previu que seriam ultrapassados os 1.700 casos diários em outubro, algo que já se está a verificar.

Para o especialista Manuel Carmo Gomes, ouvido regularmente nos encontros entre DGS e agentes políticos, a possibilidade de atingirmos uma segunda onda mais severa é resultado de dois fatores.

"Pelo menos 90% da população portuguesas é suscetível a contrair este vírus. Por outro lado, este vírus tem uma capacidade de transmissão superior, por exemplo, à da gripe. Nós temos de conseguir um equilíbrio entre a retoma da vida normal e a proteção da exposição ao contágio pelo vírus. É um equilíbrio difícil, mas todos nós, a nível individual, vamos ter de caminhar nessa direção”, explicou.

Marta Temido falava em conferência de imprensa de balanço da pandemia no dia em que Portugal registou pela primeira vez mais de dois mil casos de Covid-19 no espaço de 24 horas.

Portugal registou nas últimas 24 horas um recorde de 2.072 casos de Covid-19 e sete mortes, avança a Direção-Geral da Saúde.

Desde a chegada da pandemia ao país, no final de fevereiro, estão confirmados um total acumulado de 91. 193 casos e 2.117 óbitos.

Estão internados nos hospitais portugueses 957 doentes com Covid-19, mais 41 em relação ao dia anterior. Há mais três pessoas em unidades de cuidados intensivos, num total de 135.

O recorde diário de casos é registado no dia em que o Governo passou todo o país de situação de contingência para o estado de calamidade.

O Governo aprovou esta quarta-feira oito novas medidas e restrições para conter a pandemia de Covid-19, anuncia o primeiro-ministro, António Costa. Entre elas estão a proibição de ajuntamentos de cinco pessoas, obrigatoriedade do uso da máscara e da app StayAway Covid, restrições aos casamentos e agravamento de coimas para pessoas coletivas.

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