O presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup), José Moreira, lamenta o desaparecimento do Ministério do Ensino Superior e diz que onovo ministro da Educação, Fernando Alexandre, terá de ser um “superministro com supercapacidades”.

Em declarações à Renascença, o sindicalista manifesta vontade em trabalhar com o ministro da Educação, Ciência e Inovação, para resolver todos os problemas dos professores e investigadores.

José Moreira mostra também “muita preocupação com o facto do Ministério do Ensino Superior e da Ciência ter desaparecido, porque quer dizer que, pelo menos aparentemente, o peso político do setor vai diminuir no Conselho de Ministros”.

José Moreira lamenta "desaparecimento" do Ministério do Ensino Superior

“A questão de ficarmos num mega Ministério, com uma agenda enormíssima de assuntos a tratar e com assuntos que estão na primeira linha da agenda política, suponho que tornará bastante difícil o trabalho do ministro Fernando Alexandre”, sublinha.

Para o presidente do SNESup, Fernando Alexandre “terá que ser um superministro com supercapacidades, porque além dos problemas com todos os outros graus de ensino, o Ensino Superior e a Ciência têm em cima da mesa um conjunto importante de dossiers que era importante fechar”.

Estudantes criticam "desvalorização" do Ensino Superior e a Ciência

O movimento estudantil do ensino superior também “manifesta o seu veemente repúdio” pela decisão do primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro, “de não criar um ministério exclusivo para a ciência, tecnologia e ensino superior”.

“Esta medida, ao juntar o ensino superior a outras áreas da educação, demonstra um claro desrespeito pela importância e especificidades do ensino superior e da importância estratégica da ciência para o crescimento económico do país”, refere as várias federações estudantis, em comunicado.

Ao não atribuir um ministério próprio, “o Governo deixa claro que não reconhece a necessidade de políticas e investimentos específicos para promover a excelência e a valorização desta área em Portugal”.

O movimento estudantil do ensino superior considera que o novo executivo está a comprometer o futuro do país e a prejudicar “não só os estudantes, mas também a sociedade no seu todo”.

O Governo é desafiado a “reconsiderar esta decisão e a dar a devida prioridade ao ensino superior, garantindo-lhe a atenção e os recursos necessários para que possa cumprir plenamente a sua missão de formar cidadãos qualificados e contribuir para o desenvolvimento sustentável de Portugal”.

O economista e ex-secretário de Estado Adjunto da Administração Interna Fernando Alexandre foi a escolha de Luís Montenegro para ministro da Educação, Ciência e Inovação.

O titular da pasta da Educação no XXIV Governo Constitucional integrou o primeiro executivo liderado por Pedro Passos Coelho, entre 2013 e 2015, tendo-se demitido por alegadas incompatibilidades com a então ministra Anabela Rodrigues.

[notícia atualizada]