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O novo Governo, apresentado esta quinta-feira, vai ter Pedro Duarte como ministro dos Assuntos Parlamentares. Natural do Porto, vai ter a tarefa de representar um Governo de maioria relativa nas difíceis negociações com a oposição.

De perfil cordato, propício a estabelecer pontes, o antigo líder da Juventude Social Democrata (JSD foi deputado em quatro legislaturas (1999-2011). Estava há muitos anos a trabalhar no setor privado, sendo um alto quadro da Microsoft em Portugal.

O até agora coordenador do Conselho Estratégico Nacional do PSD, de 50 anos, tem experiência de governo, tendo sido secretário de Estado da Juventude no XVI Governo Constitucional. Foi diretor nacional da primeira campanha presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa em 2016, com quem tem boas relações.

Pedro Duarte era, até agora, comentador do programa Casa Comum, da Renascença, onde antecipou, por exemplo, que o futuro governo poderia ser "um bocadinho diferente" do que o país teve nos últimos anos, com um quadro parlamentar "mais desafiante".

O ministro que vai lidar com um Parlamento hiperpolarizado chegou mesmo a dizer antes mesmo das eleições de março que "tudo o que tem a ver com diálogo, com tentativa de concertação, busca de consensos, será um elemento muito importante na governação", rematando que "governos desta natureza podem tornar-se mais eficazes" e que "isto pode ser uma oportunidade".

Antes mesmo da campanha eleitoral esteve no meio de uma polémica, na sequência de declarações também no programa Casa Comum da Renascença. Defendeu que o PSD devia viabilizar um governo minoritário do PS caso a AD perdesse as eleições.

Tentou depois emendar a mão numa publicação na rede social X, mas não se livrou do desconforto sentido pela direção do PSD e sobretudo por Luís Montenegro que sempre evitou dizer se poderia viabilizar um governo liderado por Pedro Nuno Santos.

O agora ministro dos Assuntos Parlamentares assumiu ainda a necessidade de uma reforma profunda da Justiça que seja "partilhada por outros partidos e agentes do setor" e negou a possibilidade de a nova maioria governar por decreto, de maneira a fintar o Parlamento. "Não faz sentido", garantiu.