As polémicas declarações de Marcelo Rebelo de Sousa sobre o colonialismo e a escravatura marcaram os discursos na Assembleia da República, na comemoração dos 50 anos do 25 de abril.

As lutas entre esquerda e direita nas leituras sobre a revolução também estão bem plasmadas nos momentos mais quentes das intervenções dos partidos no Parlamento.

"Ninguém trocaria uma democracia imperfeita por uma ditadura ainda que sedutora", Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República.

"As últimas vítimas da PIDE. É tempo de dizer os seus nomes nesta sala. Fernando Giesteira, Fernando Barreiro dos Reis, João Arruda e José Barneto. É preciso expressar a nossa gratidão, convidei as famílias para, pela primeira vez, estarem nesta sessão solene", Aguiar Branco, presidente da Assembleia da República.

"A casa da democracia deve escutar o povo para devolver ao povo as suas legitimas expetativas", Ana Gabriela Cabilhas, deputada do PSD.

"O PS aqui estará para defender a democracia política e a democracia social e cultural dos novos e velhos inimigos", Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS.

"Você traiu os portugueses quando diz que temos de ser culpados pela nossa História e que temos de indemnizar outros países. Você foi eleito pelos portugueses, não foi pelos guineenses, pelos timorenses ou pelos brasileiros. Pagar o quê? A quem?", André Ventura, presidente do Chega.

"Vivemos num momento em que parece que se pode falar de tudo mas não se pode falar de nada. É urgente combater esse wokismo desnaturado que em tudo se infiltra, que quer acorrentar as gaivotas da expressão e do pensamento", Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal.

"Os saudosistas são perigosos porque culpam a democracia e a Constituição pela pobreza, promessas não cumpridas e corrupção", Mariana Mortágua, porta-voz do Bloco de Esquerda.

"Decretar o fim de abril é como decretar o fim da esperança e essa esperança nesse abril que é preciso retomar", Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP.

"Percorram 900 anos e não encontram um dia com a folha de serviços como o 25 de abril", Rui Tavares, líder do Livre.

"Não podemos permitir que 50 anos depois do 25 de abril se queira silenciar a voz livre", Inês Sousa Real, porta-voz do PAN.

"No CDS, não sentimos necessidade de revisitar heranças coloniais, deveres de reparação que parecem importados de outros contextos fora do nosso quadro. A história é a história e o nosso dever é o futuro", Paulo Nuncio, deputado do CDS.