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Sismos e terramotos

Novo Hospital de Lisboa Oriental deve ter “proteção sísmica adicional”

24 out, 2023 - 18:15 • João Pedro Quesado

A Ordem dos Engenheiros acredita que o isolamento de base deve fazer parte do projeto, cuja construção ainda não arrancou.

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A Ordem dos Engenheiros defende que o novo Hospital de Lisboa Oriental deve ter proteção sísmica além da prevista na lei. À Renascença, o bastonário Fernando de Almeida Santos disse que, no caso de um sismo, alguns hospitais de Lisboa estariam funcionais, mas que os danos são sempre imprevisíveis.

O novo Hospital de Lisboa Oriental, “que aparentemente está pronto a avançar”, tem um projeto que “não tem comtemplada a proteção sísmica adicional”, que a Ordem dos Engenheiros entende que deve ser o isolamento de base.

Esse isolamento de base é um tipo de proteção sísmica em que, explica Fernando de Almeida Santos, se “divide as fundações do edifício daquilo que está acima do solo” através de isoladores colocados na base do edifício. Desta forma, “o edifício em cima consegue movimentar-se sem partir ou sem ficar danificado”.

Apesar desta proteção sísmica, o projeto do Hospital de Lisboa Oriental “cumpre todos os códigos e os eurocódigos estruturais existentes”. O que, defende o bastonário da Ordem dos Engenheiros, “não quer dizer que não fosse importante que pudesse ter esta medida adicional do isolamento base” - implementada na construção do Hospital da Luz, sublinha.

Esta é uma das recomendações que a Ordem dos Engenheiros está a preparar após uma conferência acerca da segurança sísmica dos hospitais, realizada esta segunda-feira. Durante a conferência, foi sublinhado que nenhum dos hospitais atualmente em construção, como o novo Hospital Central do Alentejo, em Évora, integra a tecnologia do isolamento de base.

Para além de integrar este tipo de proteção sísmica nos novos hospitais, a Ordem deve propor o reforço sísmico possível nos hospitais existentes e a avaliação da acessibilidade aos hospitais num cenário de terramoto.

Nesse cenário, afirma Fernando de Almeida Santos, alguns dos hospitais de Lisboa “haveriam de estar” em funcionamento após o sismo, mas o cenário é “imprevisível”.

“Nós não sabemos, ninguém sabe. Se me perguntar se um sismo da magnitude da Turquia causava tantos danos em Lisboa como causou na Turquia, tenho quase a certeza absoluta de que não”, defende o bastonário, apontando que a legislação portuguesa é “das mais avançadas do mundo”.

“A diferença dos hospitais é que têm que estar sempre operacionais, mesmo depois do acontecimento de um sismo, portanto, tem um risco em termos de quantidade e dimensão pública muito superior”, destaca o engenheiro civil.

A construção do novo Hospital de Lisboa Oriental foi adjudicada em julho de 2022. A previsão é que a unidade do Centro Hospitalar de Lisboa Central abra portas em 2027, com um total de 875 camas,

O novo hospital vai surgir na zona de Marvila e vai aliviar ou substituir serviços de seis unidades de saúde dispersas no centro de Lisboa - os hospitais de Santo António dos Capuchos, São José, Santa Marta, Curry Cabral, D. Estefânia e a maternidade Alfredo da Costa.

Comentários
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  • Maria morgado
    07 jan, 2024 Marvila Lisboa 21:02
    Tanta promessa e nunca mais é feito e apreciarmos tanto? palavras para quê levas o vento.

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