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Aulas arrancam a 10 de janeiro “para as crianças”. Diretores querem clarificação do Governo

03 jan, 2022 - 18:14 • Pedro Mesquita com Redação

O secretário de Estado Lacerda Sales esclareceu que o inicio das aulas não é assunto que esteja em cima da mesa e, por isso as aulas vão mesmo começar dia 10 “para as crianças”. Os diretores de agrupamentos de escolas exigem um esclarecimento sobre que “crianças” são estas.

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As aulas vão mesmo começar a 10 de janeiro. As dúvidas foram desfeitas, esta segunda-feira, pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde. Mas, as declarações de Lacerda Sales não são totalmente evidentes para o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas. Filinto Lima ouviu várias vezes as palavras do governante e ficou, ele próprio, com dúvidas. E tudo por causa da palavra “crianças”.

“Ele falou no regime presencial, sim, para as crianças e, para nós que estamos em educação, crianças, são os alunos que vão até ao 4º ano de escolaridade. Então e os outros? Ou será que temos de fazer aqui uma interpretação daquilo que ele quis dizer com a palavra ‘crianças’?”, questiona o responsável.

Uma incerteza que leva o presidente da associação, em declarações à Renascença, a pedir uma clarificação das palavras, uma vez que "não estamos muito confortáveis com o parecer do secretário de Estado”.

“Os especialistas médicos são de opinião que as escolas devem abrir no dia 10 de janeiro para as crianças e jovens até ao 12º ano de escolaridade, mas, de facto, não está claro nas palavras do Dr. Lacerda Sales que isso seja assim, o que merecia uma explicação, para não estarmos aqui a levantar poeira”, acrescenta Filinto Lima.

Esta segunda-feira, recorde-se, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, afirmou que o adiamento “não está garantidamente sobre a mesa. E, portanto, as aulas começam no dia 10 de janeiro para as crianças, porque essa é uma medida fundamental para a saúde física, mental, social e psicológica das nossas crianças”.

Lacerda Sales respondia a questões dos jornalistas à margem de uma cerimónia em Coimbra, tendo considerado que o ensino presencial “é fundamental para as crianças”.

Uma palavra bastou para lançar dúvidas junto do responsável da associação que reúne os diretores de agrupamentos escolares. “Isto cria ansiedade e gera confusão na cabeça das pessoas”, insiste Filinto Lima, que diz ter “ficado confuso” com “este ruído”.

Outra leitura é feita pelo presidente da Confederação Nacional das Associações da Pais (CONFAP). Jorge Ascensão faz uma interpretação extensiva das palavras de Lacerda Sales, estando convencido que as aulas começam no próximo dia 10 para todos os graus de ensino.

“Considero que essa é uma expressão que nós utilizamos quando falamos nos alunos das escolas, mas creio que estará a referir-se a todos os níveis de ensino”, afirma. “Pelo menos, neste momento, não temos qualquer informação que seja distinto daquilo que vier a ser feito e, portanto, parto do princípio que é uma abertura da escola para todos os alunos”, esclarece.

À Renascença, este responsável considera que a abertura do segundo período do ano letivo é a decisão mais acertada.

“Parece-me que sim. Pela informação que dispomos, apesar de haver muitos contágios, a situação tem uma gravidade relativa e, portanto, julgo que há condições para podermos fazer toda a nossa vida diária com segurança”, sublinha Jorge Ascensão.

O presidente executivo da CONFAP lembra ainda que há “cada vez mais, população estudantil vacinada”, tal como os professores, sendo necessário ir avaliando a situação, contudo, garante, “parece-me que há condições para abrir as escolas, sim”.

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