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Pandemia: Respostas à Crise

Manuel Lemos. "Portugal é um país de velhos" e não estava preparado para a pandemia

27 mai, 2021 - 09:46 • Inês Rocha , Hélio Carvalho

Presidente da União das Misericórdias diz que o país não se preparou para uma pandemia, mas considera que até reagiu bem, depois do primeiro "susto".

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Manuel Lemos. "Portugal é um país de velhos" e não estava preparado para a pandemia

O presidente da União das Misericórdias afirma que o país não se estruturou para preparar uma pandemia, com uma população envelhecida.

"A questão estrutural é que Portugal é um país de velhos, um país de idosos. E o país não se dimensionou para isso. O próprio SNS, se olharmos bem, foi construído há 40 anos quando nós éramos todos novos! Organizou-se para cuidar daquela população, mas a sociedade é imparável à nossa volta", lembrou Manuel Lemos, durante a conferência Pandemia: Respostas à Crise, uma iniciativa da Renascença em parceria com a Câmara de Gaia para debater o papel das instituições sociais e do poder local.

"O SNS não está organizado para acolher os idosos, não está pensado para isso. E isso vê-se todos os dias."

Manuel Lemos lembra que o setor social foi surpreendido pela pandemia. "Foi algo que nos surpreendeu a todos. A última pandemia tinha sido há 100 anos, era matéria de estudo em algumas aulas e toda a gente pensava que era mais uma gripee acreditavam que ia estar controlada passado um mês ou dois. Não esteve, não está e provavelmente não estará nos próximos tempos, porque não sabemos como é que o vírus vai evoluir", afirmou, no debate moderado pelo jornalista da Renascença José Pedro Frazão.

O presidente da União das Misericórdias considerou que o setor reagiu bem depois do primeiro susto.

"Rapidamente se identificaram os idosos como um grupo de risco especial. Primeiro ficámos assustados e não era para menos; depois começamos a reagir e, no caso do setor social, é nestes casos que encontramos o nosso esplendor, a nossa razão de ser. Por isso, reagimos bem, fomos articulando com o Governo. Reagimos de tal maneira que, se hoje olharmos para os números globais da Europa, Portugal é o país europeu onde houve menos óbitos percentuais em lares".

Manuel Lemos avançou quatro fatores para o justificar: "a relação com o Estado; a articulação com as autarquias, que foi absolutamente decisiva nesta matéria, e a capacidade dos agentes e dos colaboradores que lá estavam. Assistimos a verdadeiros atos de heroísmo num quadro crescente de dificuldades".

Para este responsável, "o resultado é positivo, estamos todos de parabéns e ficou evidente que só trabalhando em conjunto é que conseguimos resolver as questões".

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  • Ivo Pestana
    28 mai, 2021 Funchal 12:33
    Ninguém estava. EUA, Brasil, Bélgica, Suécia, Espanha, França, Alemanha, Reino Unido...e são mais ricos.

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