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Representante faz apelo a Portugal: “Do que estão à espera” para reconhecer a Palestina?

22 mai, 2024 - 19:01 • Pedro Mesquita

"Não gostaria que Portugal fosse o 20.º da Europa" a reconhecer o Estado palestiniano, afirma Nabil Abuznaid, em declarações à Renascença.

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QUA NABIL ABUZNAID 1
“Do que é que estão à espera” para reconhecer a Palestina?

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A Espanha, Irlanda e Noruega anunciaram esta quarta-feira que vão reconhecer a Palestina como um Estado já a 28 de maio. Em declarações à Renascença, o representante da Autoridade Palestiniana em Lisboa diz que é altura de Portugal fazer o mesmo.

Sem excluir a hipótese de reconhecer a Palestina como um Estado, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, sublinhou que, antes disso, aguarda que o maior número possível de países dê o passo e assim conservar a capacidade mediadora.

Esta é uma posição que não agrada ao representante da Autoridade Palestiniana em Lisboa. Entrevistado pela Renascença, Nabil Abuznaid pergunta, em tom crítico: “Do que é que estão à espera?”

O diplomata insiste que o reconhecimento deveria acontecer agora: "Espero que sim. Historicamente Portugal é um país amigo da Palestina. Portugal sabe o que significa ter um ditador e o que significa a opressão e, por isso, devem apoiar a Palestina”.

“Como amigo, não gostaria que Portugal fosse um dos últimos países a reconhecer o Estado da Palestina. Penso que o deveria fazer agora, não gostaria que fosse o 20.º da Europa. Deveria ser o primeiro, deveria apoiar a paz, a justiça e as pessoas oprimidas. Do que é que estão à espera?", questiona Nabil Abuznaid.

Nestas declarações à Renascença, o representante Palestiniano em Portugal elogia e agradece a decisão anunciada pela Espanha, Irlanda e a Noruega, que já na próxima semana vão reconhecer o Estado Palestiniano.

"Chega na altura certa. É responsabilidade da comunidade internacional, dos países que se preocupam com a paz dizerem ‘sim, nós reconhecemos a Palestina como um Estado’. Estou agradecido a países como a Espanha, Irlanda e Noruega", sublinha.

Esta é, certamente, uma decisão com grande valor simbólico, mas o que têm a ganhar na prática os palestinianos que neste momento estão na Faixa de Gaza ou na Cisjordânia?

Nabil Abuznaid lembra que, ao reconhecer um Estado, está a reconhecer-se também o território desse Estado. Admite que é apenas um primeiro passo, mas diz que os israelitas ficaram nervosos.

"É importante porque envia uma mensagem a Netanyahu e ao seu Governo de extrema direita, dizendo-lhes: ‘Nós reconhecemos o Estado da Palestina nos territórios ocupados, na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. Isto é o Estado Palestiniano, e Israel deve afastar-se dos territórios ocupados e abster-se de ocupar mais terras’”, afirma.

Para o representante palestiniano em Portugal, na prática, esta é uma mensagem para o mundo inteiro e especialmente para Israel. “É que quando se reconhece um Estado, está a reconhecer-se o território desse Estado. Este é um primeiro passo, mas já viu como os israelitas ficaram nervosos?", conclui Nabil Abuznaid.

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  • Ocidental
    23 mai, 2024 lisboa 17:51
    A "Palestina" pode ser governada por um grupo de bárbaros que mata a sangue frio civis que se divertem numa festa ou que estão em suas casas. Isso, pelos vistos, não é censurável porque até agora não ouvi ninguém a dizer "libertem a Palestina do Hamas". Acho assustador que se façam campanhas a favor de um povo que festejou o massacre de 7 de outubro, festejou a queda das torres gémeas, como festeja qualquer ataque contra o "ocidental infiel".
  • António Pereira
    23 mai, 2024 V.N.Gaia 10:06
    E que tal a Palestina dizer que reconhece também Israel como um Estado? Seria um bom ponto de partida para a coexistência, não?

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