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Rússia

Última homenagem a Gorbachev em Moscovo mobiliza milhares de pessoas

03 set, 2022 - 12:03 • Redação com Lusa e Reuters

Líderes ocidentais não foram convidados e Putin não compareceu, mas várias figuras políticas e culturais da Rússia, assim como milhares de moscovitas, prestaram homenagem ao último líder soviético.

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Foto: Maxim Shipenkov/EPA
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Foto: Alexander Nemenov/Pool/Reuters
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Milhares de pessoas acudiram à última homenagem a Mikhail Gorbachev, este sábado. O antigo líder soviético vai ser enterrado numa cerimónia relativamente discreta, depois de o Kremlin ter recusado um funeral de Estado ao homem que ajudou a acabar com a Guerra Fria.

Gorbachev morreu, na terça-feira, aos 91 anos, e será enterrado, este sábado, no cemitério Novodevichy de Moscovo ao lado da sua mulher, Raísa. O corpo esteve em câmara ardente durante a manhã. Marcaram presença várias figuras políticas e culturais russas.

Várias figuras de Estado ocidentais que teriam comparecido noutras condições não o fizeram devido ao azedamento de relações com a Rússia, provocado pela guerra na Ucrânia. Por outro lado, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, um dos poucos líderes europeus que mantêm boas relações com o Kremlin, acudiu à cerimónia.

Milhares de cidadãos moscovitas reuniram-se junto ao Kremlin para prestar homenagem a Gorbachev.

A cerimónia de despedida decorreu no Salão dos Pilares da Casa dos Sindicatos, uma mansão icónica perto do Kremlin que tem servido de local para funerais de estado desde os tempos soviéticos.

Apesar da escolha do local, o Kremlin deixou de lhe chamar funeral de Estado, porque tal obrigaria à presença de Putin, assim como teria exigido a Moscovo convidar líderes estrangeiros.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, explicou que Putin estará ausente devido à sua agenda, mas a cerimónia terá “elementos de um funeral de Estado”, tais como uma “guarda de honra”. Na quinta-feira, Putin colocou flores no caixão do último líder da URSS, no hospital de Moscovo onde faleceu.

Putin falha cerimónias fúnebres


Venerado a nível mundial por ter derrubado a Cortina de Ferro, Gorbachev é também mal visto por muitos no seu país que o apontam como responsável pelo colapso económico soviético, após as suas reformas que ajudaram a pôr fim à Guerra Fria e precipitaram o desmembramento da União Soviética.

Putin que chegou a lamentar o colapso da União Soviética como "a maior catástrofe geopolítica do século", evitou críticas pessoais explícitas a Gorbachev, mas culpou-o repetidamente por não conseguir obter compromissos escritos do Ocidente que excluíssem a expansão da NATO para leste.

A questão tem prejudicado as relações Rússia-Oeste durante décadas e fomentado tensões que explodiram este ano, quando o líder russo enviou tropas para a Ucrânia a 24 de fevereiro.

Numa carta de condolências, Putin descreveu Gorbachev como um homem que deixou "um enorme impacto no curso da história mundial": "Ele percebeu profundamente que eram necessárias reformas e tentou oferecer as suas soluções para os problemas agudos", disse Putin citado pela AP.

A cerimónia fúnebre prevista para Gorbachev contrasta com um pródigo funeral de Estado de 2007 dado a Boris Ieltsin, o primeiro líder russo pós-soviético que preparou o palco para Putin ganhar a presidência ao renunciar ao cargo.

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