20 out, 2016 - 15:43
O socialista Francisco Assis está contra o salário “astronómico” do novo presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), defendido ontem pelo primeiro-ministro, António Costa.
No seu espaço de opinião do programa Carla Rocha - Manhã da Renascença, o eurodeputado afirmou que “tende a concordar o Presidente da República”, Marcelo Rebelo de Sousa, para quem “não é possível nem desejável” pagar aos administradores de um banco com fundos públicos o mesmo valor que aos administradores de um banco privado.
Francisco Assis defende que o melhor para a questão dos salários da administração da Caixa seria uma “solução de equilíbrio”.
“Nem a proposta que o PCP apresentou, que era um pouco nivelar os vencimentos da Caixa pelos vencimentos dos principais responsáveis políticos, tem algum sentido, porque é impraticável, nem uma solução em que haja vencimentos considerados astronómicos à luz dos rendimentos dos portugueses é também uma solução aceitável, até no plano simbólico, e gera uma resistência no país", elabora.
O eurodeputado socialista adverte que esta questão pode colocar-se noutros sectores públicos. “Se se considera que só com este tipo de ordenados é que é possível ter as garantias de que contratamos as pessoas adequadas para gerir bem a Caixa Geral de Depósitos, isto pode-se colocar, por exemplo, nos hospitais que funcionam como empresas públicas. É evidente que tem que haver aqui alguma ponderação e cuidado”, sublinha.
O novo presidente do Conselho de Administração da CGD, António Domingues, vai ganhar 423 mil euros anuais e os vogais executivos vão auferir 337 mil euros por ano, disse terça-feira o ministro das Finanças no Parlamento.
O primeiro-ministro, António Costa, defendeu na quarta-feira que os vencimentos dos administradores da Caixa devem estar alinhados com os praticados na banca, alegando que a instituição concorre no mercado e exige gestão profissional.