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Costa: "Infelizmente, o ordenado do PM é muito inferior ao da banca. Mas não me queixo"

20 out, 2016 - 00:48

"Se queremos uma CGD profissionalmente gerida, com capacidade técnica e independência, para que não sofra pressões do accionista, temos de oferecer aos gestores da CGD as mesmas condições que têm os gestores dos outros bancos.”

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O primeiro-ministro defende que os vencimentos dos administradores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) devem estar alinhados com os praticados na banca, alegando que a instituição concorre no mercado e exige gestão profissional.

António Costa falava no final de uma sessão de esclarecimento promovida pelo PS sobre o Orçamento do Estado para 2017, no Teatro São Luiz, em Lisboa, depois de uma senhora ter protestado com "o escândalo" dos elevados ordenados pagos aos administradores da CGD.

"A CGD concorre no mercado com todos os outros bancos e tem de trabalhar no mercado como trabalham os outros bancos - e não é possível que a administração da Caixa tenha ordenados alinhados pelo vencimento do primeiro-ministro e não pelo vencimento que é normal no quadro da banca. Infelizmente para o primeiro-ministro, o ordenado do primeiro-ministro é muito inferior ao ordenado que existe na banca, mas não me queixo, porque escolhi estar aqui", declarou.

Na resposta à pergunta, António Costa admitiu que a sua posição sobre esta matéria até pode ser impopular. "Se queremos uma CGD profissionalmente gerida, com capacidade técnica e independência, para que não sofra pressões do accionista, temos de oferecer aos gestores da CGD as mesmas condições que têm os gestores dos outros bancos. Caso contrário, estamos a ter um banco, um banco que é nosso, que é de todos nós, a concorrer em condições no mercado inferiores aos outros bancos", alegou o primeiro-ministro.

Mas o líder do executivo foi ainda mais longe na defesa da sua posição, dizendo que não arrisca "a má gestão na CGD, porque a estabilidade e o fortalecimento da Caixa dão muito trabalho a conseguir e são absolutamente essenciais para todos".

"Por isso, o que quero é uma gestão capaz, competente e funcional", completou, recebendo uma salva de palmas por parte dos militantes socialistas.

Oposição acusada de mentir

Costa acusou ainda o PSD e o CDS de "mentirem em matéria de salários de gestores da CGD".

"Apesar de terem criado um tecto ao nível dos vencimentos, estabeleceram igualmente uma excepção: Que as pessoas podiam ganhar mais se auferissem a média do que obtiveram na média dos três anos anteriores. Isso fazia com que, num mesmo conselho de administração, existissem pessoas a ganhar muito e outras pouco. Ora, isto não é possível", criticou o secretário-geral do PS.

O actual presidente da CGD "não ganha mais agora, porque o vencimento que tinha [antes] até ficaria acima do actual".

"Não foi por isso a alteração da regra legal que faria [o presidente da CGD] ganhar mais ou menos - e essa não é a questão essencial. A questão é termos numa estrutura uma gestão profissional, em que as pessoas ganhem todas o mesmo. Não faz sentido que ganhem mais ou menos consoante aquilo que antes faziam", insistiu António Costa.

Para o primeiro-ministro, em suma, antes da alteração introduzida pelo actual Governo, "existia um truque, fingindo-se que havia um tecto remuneratório".

"Mas esse tecto não existia, na prática, porque as pessoas podiam ter um vencimento semelhante ao que já ganhavam anteriormente", acrescentou.

Comentários
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  • antonio
    20 out, 2016 Portugal 17:39
    O banco público serve os políticos, não serve mais nada e é por isso que os políticos no impigem um banco que só tem servido a eles. Privatize-se que acaba a brincadeira. Quanto ao pm, devia era ter vergonha. Para manter o banco público (seu) até nos obrigou a pagar a ajuda ao banco que custa mais de 5mil milhões.
  • graciano
    20 out, 2016 alemanha 13:24
    entao os gestores da cgd teem que ganhar o mesmo ou mais do que ganham em outros bancos para nao serem corronpidos isso e mais uma prova que sois uma cambada de corruptos uma pessoa honesta nao se deixa corromper ganhe pouco entao diz la o costa os teus secretarios da galp tambem foi por ganhar pouco que aceitaram ir ao futebol se foi por ganharem pouco entao estao desculpados entao e por os menbros do governo ganharem pouco que podem receber prendinhas kkkkk-e quanto a tu ganhares pouco tu devias era ganhar o ordenado minimo para saberes o que custa no fim do mes nao ter dinheiro para pagar as facturas eu pergunto onde estao as forcas armadas para acabarem com essa gatunagem ha ja sei as forcas armadas estao ao servico dos partidos e nao do povo---entao e os sindicatos --ha ja sei esses sao o braco direito da actual geringonca -bom vendo tudo isto resta ao povo pegar em armas e acabarem com este desgovernar constante do pais
  • Fonseca
    20 out, 2016 12:28
    Ó sr, Costa, Nao se queixa porque espera as benesses e reformas vitalicias.Além disso deve estar radiante com esse misero vencimento, pois mesmo perdendo as eleiçoes fez tudo para ir para o poleiro. NAO TEM PORQUE SE QUEIXAR.
  • Zé Pagante
    20 out, 2016 12:23
    Nunca pensei ser confrontado com abusos destes,mais uma vez fui enganado por este vendedor de banha da cobra, e seus aliados, estou a pensar engrossar a lista dos que se burrifaram para este país estou enojado, com os charlatoes deste clibre.
  • Adelino Cadete
    20 out, 2016 Condeixa-a-Nova 12:18
    Há coisas que, por mais voltas que se lhe dê, não têm justificação. Será o Sr. António Domingues um super-homem? Ou será apenas um oportunista reformado que aterrou de para-quedas na Caixa onde todos nós vamos enterrar muitos milhares de milhões? Eu até sou apoiante deste governo, mas há coisas que alguém que se diz socialista não pode fazer. E quanto mais depressa esse senhor foi afastado da Caixa e remetido à sua condição de reformado (e muito bem pago) melhor é para o governo, para o Partido Socialista e para os portugueses em geral.
  • Dr Xico
    20 out, 2016 Lisboa 12:15
    Afinal a CGD serve para os administradores e reformados sem nada para fazer que possam estar pelo menos 2 à espera de serem atendidos. Não se compreende que as dependencias da CGD estejam sem pessoal para atender os clientes é uma vergonha - 1 hora de espera para mudar um papel qualquer
  • Domingos
    20 out, 2016 Ancora 09:17
    O Senhor Primeiro Ministro não respeita os cidadãos portugueses. A Justificação para tais salários não tem qualquer fundamentação racional e económica. O futuro Presidente da CGD pediu a sua milionária reforma ao chegar aos 60 anos... E agora precisa de mais um salário milionário para ser um bom gestor. Conhece-se o que tem sido a boa gestão das nossas administrações bancárias e organismos públicos. Basta.
  • Zécontribuinte
    20 out, 2016 covilhã 02:26
    Este PS já levou o país por três vezes à quase banca rota, mas insistem no mesmo, incompetência e populismo barato, ora prometem 10 euros de aumento para as pensões mais baixas, ora dão ordenados multimilionários num banco público, à beira de uma recapitalização, por esponsabilidade de quem?Não importa o Zé contribuinte que pague ....

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