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O cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, lembrou esta sexta-feira que a Cruz, que simboliza a morte de Cristo, deve ser olhada no seu verdadeiro significado, que para os cristãos é sempre sinal de esperança e de atualidade.

“Tudo nela cabe: dores e esperanças, caminhos e descaminhos, também o sofrimento que a pandemia trouxe, e a grande coragem de quem a combate”, afirmou D. Manuel Clemente durante a homília da Celebração da Paixão do Senhor, que a Renascença transmitiu em direto da Sé de Lisboa.

“A Cruz eleva-se sempre na transcendência divina. Acontece agora, quando entre tantos trabalhos e canseiras, entre tantos planos e percalços, a lembrança da Cruz nos reanima e alenta. Acontece agora, acontece sempre. Só isto explica porque é que um sinal de morte, e morte tremenda, acabou por se impor: impôs-se por si só, e contra toda a expetativa humana, percorrendo os séculos e esperando-nos no futuro. A Cruz tornou-se o coração do mundo, e por ela entramos na casa do Pai, no coração de Deus", afirmou o cardeal patriarca durante a homília.

Na catedral vazia de fiéis, devido à suspensão das celebrações comunitárias, mas em comunhão com os muitos crentes que acompanharam a cerimónia através da rádio e também do site do Patriarcado de Lisboa, D. Manuel Clemente lembrou ainda que “a verdade do que ouvimos e contemplamos requer sempre, requer hoje, a nossa presença junto da Cruz: da Cruz que ergue neste mundo assolado por tão grave epidemia, presença orante e solidária: orante, por com Cristo olhamos o Pai: solidária, pois com Cristo olhamos a todos. Fixemo-nos no Crucificado que em cada um nos alcança".

Na Sexta-feira Santa, a Igreja Católica evoca a morte de Jesus, este ano com uma intenção especial de oração “por causa da terrível pandemia que atinge todo o mundo”.

Para os cristãos, este é um dia marcado pelo jejum, pela adoração da Cruz e pela Via-Sacra, que a Renascença irá transmitir a partir das 20h00, em direto da Basílica de São Pedro, em Roma, presidida pelo Papa Francisco.