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O Papa afirmou esta segunda-feira que o fundamentalismo é possível em todas as religiões e que é sempre idólatra e trágico.

Falando no avião que o trouxe de volta de África, onde esteve durante seis dias a visitar o Quénia, o Uganda e a República Centro-Africana (RCA), Francisco abordou assuntos como o terrorismo e o fundamentalismo, realidades bem presentes na região onde esteve.

“O fundamentalismo é uma doença que existe em todas as religiões”, começou por afirmar. “Crêem-se portadores da verdade absoluta e avançam fazendo mal aos outros. Devemos combatê-lo. O fundamentalismo religioso, não é religioso. Porque falta Deus. É idólatra, tal como o dinheiro. É uma tragédia”, disse.

Durante estes dias passados em África, a primeira visita ao continente em toda a sua vida, especulou-se sobre se a passagem pela RCA iria sequer realizar-se, uma vez que os conflitos têm aumentado ao longo das últimas semanas.

Também o Quénia e o Uganda, onde Francisco esteve, têm sido atingidos por actos terroristas, levados a cabo sobretudo por grupos islâmicos radicais. Mas as guerras não são de Deus, insistiu o Papa.

“As guerras vêm da ambição, é um negócio. São os terroristas que fazem armas? Quem lhas dá para fazerem a guerra? Há ali toda uma rede de interesses, por detrás, há sempre o dinheiro ou o poder.”

“Há anos que estamos em guerra e os pedaços de guerra são cada vez maiores. Não sei o que pensa o Vaticano, mas o que eu penso é que as guerras são pecado: são contra a humanidade; destroem a humanidade. As guerras não são de Deus. O Deus, é Deus de paz”, afirmou Francisco.