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O PSD quer que Ferro Rodrigues convoque uma reunião extraordinária da Conferência de Líderes para discutir o caso de Tancos, que tem marcado os últimos dias, com o ex-ministro da Defesa, Azeredo Lopes, a ser constituído arguido no processo.

Numa nota enviada às redações esta segunda-feira, o PSD considera que a acusação põe a nu “a existência de condutas extremamente graves no exercício dessas funções políticas que colidem com o compromisso assumido perante todos os portugueses de exercer com lealdade as funções que lhe foram confiadas”.

O partido vai mais longe, dizendo ser “pouco crível que o ex-ministro da Defesa Nacional não se tenha articulado, sobre este processo, com o responsável máximo do Governo, quando é público que o fez com um deputado do PS, o que levanta a suspeita da conivência do primeiro-ministro”.

Fazendo eco da linha adotada nos últimos dias por Rui Rio, durante a campanha eleitoral, o apelo a Ferro Rodrigues diz que mesmo que Costa não soubesse, “tal configura uma situação igualmente grave, pois significa que um membro do Governo não avisa o chefe do executivo sobre situações extremamente graves que se passam no seu ministério”.

Por fim, o PSD lamenta o facto de terem sido “sonegadas informações” à Assembleia da República durante a comissão parlamentar que investigou o caso de Tancos e critica o Governo por ter “inebriado” o Parlamento com “informações, no âmbito deste processo, que não correspondem minimamente à realidade”.

Afirmando que é urgente repor a credibilidade tanto do Governo como da Assembleia da República, o PSD pede a Ferro que convoque a dita reunião extraordinária da Conferência de Líderes.

PS reage a pedido "pouco razoável"

Num comunicado enviado às redações, o grupo parlamentar do Partido Socialista (PS) reagiu à sugestão da oposição, criticando o que diz ser a "instrumentalização" da comissão permanente da Assembleia da República.

"O Grupo Parlamentar do Partido Socialista (GPPS), respeitando o que tem sido a prática constitucional dos últimos 40 anos, entende que a Comissão Permanente e a Assembleia da República não devem ser instrumentalizadas em pleno período de campanha eleitoral, a menos de uma semana da data da ida às urnas", lê-se no documento.

"Ainda menos se afigura razoável o pedido formulado pelo PSD, tendo em conta que assenta em insinuações e suposições e que procura misturar a esfera política e a judicial de forma pouco respeitadora do princípio da separação de poderes", acrescenta o grupo parlamentar.

Adiantando que "respeitará, naturalmente, a decisão que o presidente da Assembleia tomar sobre a matéria, depois de ouvida a Conferência de Líderes", o grupo parlamentar do PS adianta: "Será aí que transmitiremos a nossa posição sobre o requerimento apresentado pelo PSD, não sendo com convocatórias em cima da hora e ao arrepio das práticas estabilizadas que se dignifica o debate e o escrutínio parlamentar."

[Notícia atualizada às 16h50]