Francisco Assis considera que não seria surpreendente a mudança de caras na liderança do PCP depois do ciclo eleitoral deste ano.

"Julgo que essa questão deve estar a ser equacionada no interior do Partido Comunista. É evidente que há aqui qualquer coisa que está a falhar. O PCP teve uma clara derrota nas eleições autárquicas e tem agora uma derrota - que me surpreendeu muito pela sua dimensão - nas eleições europeias", diz Francisco Assis no programa "Casa Comum" da Renascença.

Para o antigo eurodeputado socialista, Marisa Matias é hoje a personalidade política mais popular do espaço à esquerda do PS. Francisco Assis considera que o crescimento da votação do Bloco de Esquerda nas eleições europeias é "uma vitória pessoal" de Marisa Matias.

Assis diz ainda que, nos próximos meses, António Costa e Rui Rio "têm a obrigação de não entrar numa espiral de confrontação que possa prejudicar o diálogo" entre os dois partidos depois das eleições legislativas. "Estou convencido que isso não vai acontecer", afirma.

Assis salienta que Rui Rio "é um homem com caraterísticas muito próprias na sua liderança" e, como tal, a derrota nas eleições europeias não deverá abalar o líder do PSD nem alterar "a sua forma de intervir na vida política portuguesa".

Questionado sobre a possibilidade de uma "geringonça" entre o PS e o PAN, Francisco Assis diz que tudo depende do contexto económico e político em que Portugal se encontrar em outubro, após as legislativas.

"O tipo de decisões que terão de ser tomadas serão muito diferentes das decisões que foram tomadas até aqui e, por isso, vamos ver a partir de outubro com quem é que o Partido Socialista vai poder ter entendimentos sérios para garantir a governação do país", diz.

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