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PCP de olho nas legislativas e com ordem para "avançar e não andar para trás"

28 mai, 2019 - 20:59 • Susana Madureira Martins

Comité Central reuniu-se esta terça-feira onde foi assumido que resultados das europeias "não correspondem ao que se exigia", mas os comunistas querem conquistar pontos para as legislativas já nos próximos meses na discussão da legislação laboral e lei de bases da saúde.

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Os comunistas assumem a pressa de trabalhar desde já para as eleições legislativas e não ficar a olhar para umas europeias que manifestamente correram mal ao partido. A ordem do Comité Central é para "avançar e não andar para trás", como disse o secretário-geral na conferência de imprensa no intervalo dos trabalhos do órgão de cúpula do PCP.

Perante os resultados das eleições deste domingo, Jerónimo de Sousa foi questionado se a estratégia para as legislativas irá mudar radicalmente, com o líder comunista a responder com um alerta:" a Assembleia da República ainda não fechou e nos próximos meses há muita matéria que assume uma grande relevância e uma grande importância".

E quais são essas matérias? Jerónimo responde: "existe um conjunto de propostas designadamente em relação à legislação laboral, portanto seria apressado, precipitado já fazer contas quando esta sessão legislativa ou a legislatura ainda não acabou". Acresce a isto a lei de bases da saúde, a que o líder comunista também faz referência e que está em discussão no parlamento.

Ou seja, agora é uma corrida de apenas alguns meses, conquistar pontos nestas duas matérias e ver o que dão as legislativas de outubro. Uma coisa Jerónimo de Sousa garante até lá, é que "onde fizer falta um voto dos deputados do PCP para avançar, para criar melhores condições económicas e sociais, lá estará presente o nosso voto".

Por outro lado, que não haja dúvidas, se os comunistas entenderem "uma iniciativa legislativaou uma medida colide com este grande objectivo de progresso, justiça social, de avanço, lá estará o voto contra dos deputados do PCP".

Para outubro o PCP espera um comportamento eleitoral dos portugueses diferente. Jerónimo diz mesmo que "tentar de forma mimética pensar que o processo das eleições para a Assembleia da República vai ser igualzinho às eleições do Parlamento Europeu não é crível" e "há diferenças significativas. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, "tanto em termos de resultados, como de opções que é preciso determinar".

A opção de uma coligação com os Verdes nas legislativas mantém-se, os comunistas não irão, mais uma vez, para campanha apenas com a sigla do partido. com o líder comunista a dizer que "por aquilo que fez, é uma coligação" que o PCP está disponível "para continuar o entendimento", assumindo que para já não falou com o partido de Heloísa Apolónia.

Os comunistas prometem "uma reflexão profunda, mas com acção" para explicar o que pode ter acontecido para o partido ser confrontado com estes resultados das europeias. Este Comité Central serviu para isso, garante Jerónimo de Sousa e não acaba aqui. Estão previstos plenários nas secções do partido por todo o país, comícios em Setúbal, Porto e Lisboa.

Entre as explicações para a derrocada está "a especificidade destas eleições", o contexto "diferente" em relação a 2014, na ressaca da troika e Jerónimo não queria dizer, mas depois de várias vezes questionado queixou-se de "uma campanha de infâmia e mentira" de "alguns órgãos de comunicação social" contra o partido.

Uma "campanha" que o líder comunista diz que dura " há oito meses", e em que se atacou a "honestidade e a competência" do PCP "e isso fez mossa", rematando que "uma suspeição é pior que uma acusação". E tal como na noite eleitoral de domingo, terminou dizendo que "nada está perdido para todo o sempre".

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