O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou hoje ter tido "uma boa conversa" com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, após ter sido recebido durante mais de hora e meia, no Palácio de Belém.

À saída do Palácio de Belém, Pedro Passos Coelho não quis prestar declarações aos jornalistas, limitando-se a dizer que foi "uma boa conversa".

Passos Coelho chefiou uma delegação social-democrata que esteve reunida com o chefe de Estado entre as 17h30 e cerca das 19h20, na sequência do 36.º Congresso do PSD, realizado em Espinho entre sexta-feira e domingo, que elegeu os novos órgãos nacionais deste partido.

A delegação social-democrata incluía os vice-presidentes do PSD Jorge Moreira da Silva e Teresa Leal Coelho e o secretário-geral deste partido José Matos Rosa. Por sua vez, o Presidente da República esteve acompanhado pelo chefe da sua Casa Civil, Frutuoso de Freitas.

Este encontro em Belém coincidiu com o data em que o Presidente da República passou a dispor do poder constitucional de dissolver a Assembleia da República, por ter terminado o prazo de seis meses após as últimas legislativas, durante o qual não podem ser convocadas novas eleições.

Pedro Passos Coelho foi reeleito presidente do PSD, com 95% dos votos, sem adversários, em eleições directas realizadas a 5 de Março quando ainda estava em funções o anterior Presidente da República, Cavaco Silva.

Os restantes elementos da direcção nacional do PSD foram eleitos no Congresso de Espinho. A nova Comissão Permanente escolhida por Passos Coelho inclui, como vice-presidentes, para além de Moreira da Silva e Teresa Leal Coelho, Marco António Costa, Sofia Galvão, Teresa Morais e Maria Luís Albuquerque.

Marco António Costa encontra-se em deslocação parlamentar ao Brasil, e Maria Luís Albuquerque está em Bruxelas para uma reunião do Partido Popular Europeu.

No discurso de abertura do congresso de Espinho, Passos Coelho dirigiu vários recados ao Presidente da República. O líder do PSD defende que o chefe de Estado "deve garantir um exercício absolutamente à margem dos partidos" e "não se pode confundir com o legítimo jogo partidário".

"Cabe ao Presidente da República intervir com pensamento e acção, arriscando ter posição e marcar a diferença" e que, na sua relação com outros órgãos de soberania como Governo e Assembleia da República, "deve estar presente o interesse estratégico nacional, mais do que a espuma dos dias", salientou.