A Direção Executiva do SNS admite que situações como as da grávida, que no domingo de Páscoa foi recusada em vários hospitais da região de Lisboa por falta de vaga, podem repetir-se “pontualmente, em caso de procura elevada”, como foi o caso.

Em resposta a perguntas enviadas pela Renascença, o gabinete de Fernando Araújo assegura que “esteve sempre garantida a segurança no transporte e atendimento da grávida”.

A mulher, de 26 anos, não foi aceite no Hospital Professor Doutor Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra), a cerca de sete quilómetros do local onde reside (Cacém-Sintra), porque o hospital tinha pedido o desvio de doentes não urgentes ao CODU.

Fonte hospitalar confirma à Renascença que a urgência nesse dia foi assegurada por duas médicas especialistas e uma médica interna, ainda assim, diz que foram feitos nove partos e 34 admissões.

A grávida em questão acabou por ser transportada para o hospital de Setúbal – a cerca de 60 quilómetros do local de residência – segundo fonte hospitalar porque os hospitais de Cascais, de Santa Maria e a Maternidade Alfredo da Costa não tinham vagas.

A Direção Executiva do SNS confirma à Renascença que "devido à elevada procura dos blocos de parto das instituições do SNS, várias das maternidades estavam com toda a disponibilidade temporariamente utilizada, pelo que o CODU/INEM utilizou a rede instalada para transportar de forma segura a grávida para a instituição que estava com menor exigência, de forma organizada”.

O gabinete de Fernando Araújo sublinha, por outro lado, que o “plano deliberado pela DE SNS (que prevê o encerramento rotativo de vários blocos de partos ao fim de semana) se mantém em vigor sem falhas, e que todos os blocos de parto que deveriam estar abertos, respeitavam essa condição, isto é, não existiu desvio relativamente ao programado”.

Questionado sobre o anunciado reforço de médicos do Norte e do Centro do país para os hospitais mais carenciados da RLVT, a Direção Executiva não deu qualquer indicação.