A Ordem dos Médicos (OM) pede ao Governo uma auditoria aos cursos de Medicina.

“Será que as escolas médicas neste momento têm um número de alunos por turma adequado? Será que as escolas médicas dão uma resposta adequada do ponto de vista prático do contacto com os hospitais e os centros de saúde?”, questiona o bastonário da OM.

Para dar resposta a essas questões, Carlos Cortes decidiu “pedir ao Ministério do Ensino Superior para reavaliar a qualidade de todas as escolas médicas em funcionamento no país”.

A posição do bastonário da OM vai ao encontro das declarações da ministra da Ciência e do Ensino Superior na última noite, na RTP 3.

Elvira Fortunato justifica a decisão de não abrir mais vagas em Medicina com os elevados custos da formação de novos médicos – que ultrapassa os 100 mil euros por aluno – e com a necessidade de garantir a qualidade da formação médica.

O número de vagas nos cursos de Medicina é um dos que cresce embora de forma ligeira, mais cinco lugares em relação ao ano passado.

Questionado sobre estes dados, Carlos Cortes diz concordar com a posição da ministra do Ensino Superior e defende que a falta de médicos não se resolve com mais licenciados, mas com mais racionalidade na colocação de especialistas nos hospitais e nos centros de saúde, sobretudo nas zonas onde são mais necessários.

“A Ordem dos Médicos está neste momento um levantamento das carências em todas as especialidades para nós percebermos em que especialidades há mais carência de recursos humanos médicos e em que locais do país”, esclarece o bastonário.

“Nós sabemos, por exemplo, que os hospitais da periferia do interior têm mais dificuldades. Nós sabemos também que nos cuidados de saúde primários há mais dificuldades em termos de carência de recursos humanos, de médicos, de família e de médicos de saúde pública na grande Lisboa, no Alentejo e no Algarve”, remata.