A Polícia Marítima reforçou o combate ao tráfico de estupefacientes, particularmente a sul do país. Só este ano apreendeu já 16,48 toneladas de haxixe, deteve 19 pessoas (mais 13 que 2022) e apreendeu 9 embarcações de alta velocidade.

Todos os anos passam pelo sul da península ibérica cerca de quatro mil toneladas de droga rumo ao norte da europa, estupefacientes que chegam da América do Sul e do Norte de África.

O Chefe de Estado Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacional, o Almirante Gouveia e Melo, fala num aumento de redes criminosas de tráfico de droga a sul do país fruto de uma mudança legal espanhola que empurra traficantes para águas e costa portuguesas.

Muitas embarcações têm sido apreendidas vazias e com a droga atirada ao mar, embarcações que ficam depois à guarda das autoridades portuguesas e servem, mediante ordem judicial, para reforçar o equipamento das nossas equipas de combate ao tráfico.

As embarcações são hoje mais sofisticadas, são mais rápidas e com mais motores, se antes davam 40 nós agora dão o dobro, têm sistemas de comunicação satélite e apoio logístico.

A polícia marítima trabalha em articulação com a força aérea, mas também com a GNR e a Polícia Judiciária (PJ).

No último ano, de acordo com dados fornecidos pela PJ à Renascença, foram apreendidas perto de 40 toneladas de estupefacientes.

Um valor que aproxima os resultados do ano de 2020, altura em que foram apreendidas 45 toneladas de droga e que representa um aumento em cerca de 16 toneladas relativamente a 2022.

No nosso país as drogas mais consumidas são a canábis, a cocaína, heroína e depois as drogas sintéticas.

O número de detidos pela PJ aumentou entre os anos de 2017 e 2020, altura em que foram detidas 447 pessoas (menos 162 pessoas que em 2019).

A grande maioria das pessoas ligada são tráfico têm idades iguais ou superiores a 40 anos, seguem-se depois os que estão entre os 30 e os 39 anos, havendo algumas dezenas que têm menos de 21 anos.

A via marítima é a mais usada para o tráfico de droga, principalmente a cocaína e o haxixe, seguida depois da via aérea e terrestre. Todos os anos, cidades com grandes portos, como Lisboa e Setúbal, têm sido o centro de grandes apreensões de cocaína.