"Para mim chega! Sou a partir deste momento o ex-futuro consultor do ministro das Finanças. Sossego as almas mais sobressaltadas de que não cheguei a receber um cêntimo, sequer formalizei o contrato que desde a semana passada esperava pela minha assinatura", pode ler-se num texto assinado por Sérgio Figueiredo no Jornal de Negócios. Para o presidente da Associação esta decisão é uma vitória da opinião pública.

"Sai pela porta pequena. Por uma porta onde acabou por nunca entrar. Acho que isso deve ser de saudar", assume Paulo Morais à Renascença, acrescentando: "Acho que é uma vitória de uma opinião pública que, normalmente, em Portugal, não tem capacidade de evitar este tipo de escândalos".

Depois da polémica, Sérgio Figueiredo anunciou a renuncia do cargo de consultor estratégico do Ministério das Finanças, cargo para o qual foi convidado pelo ministro Fernando Medina. No artigo, o antigo diretor de informação da TVI afirmou que a situação ficou insuportável.

"Ficou insuportável tanta agressividade e tamanha afronta, tantos insultos e insinuações. Não tolero estes moralistas sem vergonha, analistas sem memória. Vergo-me aos assassínios de caráter, atingido pela manada em fúria, ferido por um linchamento público e impiedoso. É lixado desistir. É a forma mais definitiva de dizermos que não vale a pena – e não vale a pena, porque não vale tudo", lamenta no artigo.

Sérgio Figueiredo refere que as críticas feitas à sua nomeação para o cargo de consultor são "mentiras, logros, intrujices ou, simplesmente, maledicências".

O jornal Público noticiou a 9 de agosto que o Ministério das Finanças tinha contratado o antigo diretor de informação da TVI e ex-administrador da Fundação EDP Sérgio Figueiredo como consultor estratégico para fazer a avaliação e monitorização do impacto das políticas públicas, escolha que motivou críticas de partidos políticos, à direita e à esquerda, e de comentadores políticos.

De acordo com o que foi confirmado pela Renascença junto do Ministério das Finanças, Sérgio Figueiredo teria assinado um contrato de dois anos no valor de 140 mil euros, o que significa um salário bruto mensal de 5.832 euros, mais mil euros que o salário bruto do próprio ministro das Finanças, que é de cerca de 4.700 euros.