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A possibilidade de os estádios terem público outra vez tem dado aso a muita discussão e polémica e foi um dos tópicos abordados esta segunda-feira na conferência diária da Direção-Geral da Saúde

Não omitindo que os portugueses gostam muito de futebol, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, reiterou que não será nos tempos mais próximos que os recintos desportivos terão de novo adeptos. E foi crítico em relação aos agentes relacionados com o futebol que têm posto em causa as regras sanitárias definidas pelas autoridades de saúde.

O governante diz que todos os amantes de futebol podem discutir um fora de jogo, mas não vão definir as regras com que o jogo se disputa, e, por isso, diz esperar também que "o futebol não quererá avaliar de forma técnico-científica as regras de saúde pública".

Lacerda Sales argumenta que, num momento que o país vai entrar de novo em contigência, "o futebol não pode dar sinais contrários", e quererá "manter a excelente imagem que deixou na retoma das competições".

"As autoridades de saúde não podem não usar todos as medidas para evitar a propagação do SARS-CoV-2 ", acentuou Lacerda Sales.

Esta será a receita para a época que se aproxima, e o governante espera que se mantenha o espírito de trabalho e cooperação com a Federação Portuguesa de Futebol e com a Liga de Clubes.

Em relação às regras que levarão a que jogos sejam suspensos como aconteceu na 2ª Liga, Lacerda Sales não fpo muito concreto, referindo que há circunstâncias muito diferentes de local para local. "Para problemas diferentes, soluções diferentes. Temos de fazer o esforço para harmonizar o que é harmonizável", referiu.

Ainda esta segunda-feira, em declarações ao jornal "O Jogo", o presidente do FC Porto, Pinto da Costa, criticou novamente a ausência de público nos estádios, que disse ser “incompetência” do Governo e da Direção-Geral de Saúde. Pinto da Costa assinalou a autorização que foi dada para que se enchesse uma praça de touros, em Santarém, ou os recintos fechados lotados.

O presidente da Liga de Clubes, Pedro Proença, também tem sido muito incisivo com a opção do Governo e da DGS. “Exigimos o nosso público. Temos vindo a assistir à reabertura progressiva do país, que não podia mais adiar a retoma económica. Aos restaurantes e hotéis seguiram-se os espectáculos culturais, as touradas, os concertos, as feiras, os festivais e, agora, até eventos desportivos de automobilismo e motociclismo com elevada afluência de público. O nosso aplauso à forma como o governo vai conduzindo o regresso à normalidade e que não pode ser agora interrompida por uma mudança abrupta de critérios quando se fala do futebol”, afirmou Proença, no final de agosto.

Nas últimas 24 horas, a Direção-Geral da Saúde registou mais quatro mortos e mais 613 infetados com Covid-19.

De acordo com o relatório da DGS, há neste momento 18.540 casos ativos da doença em todo o país.

O documento dá conta ainda de um aumento de 25 casos internados em unidades hospitalares. Há agora 477 pessoas internadas, 61 das quais em cuidados intensivos (mais quatro do que no domingo).