O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, diz que o primeiro-ministro, António Costa, está atrasado, ao lançar o desafio para uma nova negociação sobre medidas de conciliação da vida profissional e pessoal.

“Posso avançar que, no interior da CIP, estamos a terminar um estudo que visa encontrar medidas para este objetivo, da conciliação do tempo de trabalho e de família, e entendemos que em toda a concertação social, mais importante do que discutir este ou aquele aspeto isolado do todo - porque a vida é o que é e não o que gostaríamos que ela fosse - temos que incorporar estes novos desafios”, afirma o presidente da CIP, na Renascença.

Nessa medida, “aquilo que o senhor primeiro-ministro, na segunda-feira, quando da assinatura do acordo que celebrámos, referia esse aspeto vem, de alguma maneira, atrasado no repto. Há três anos que a CIP tenta colocar a questão da natalidade na concertação social”, conclui.

António Saraiva é um dos convidados do programa Em Nome da Lei, emitido aos sábados entre as 12h00 e as 13h00 e aos domingos, entre as 0h00 e a 1h00. A concertação social é o tema do próximo programa, para o qual também foi convidado o líder da CGTP (ausente, ontem, da assinatura do acordo).

Aos microfones da Renascença, a central sindical diz-se está disponível, contudo, para debater o tema da conciliação da vida familiar e profissional. Na opinião de Arménio Carlos, os problemas na natalidade resolvem-se a dar estabilidade laboral e um rendimento que dê aos trabalhadores segurança para terem filhos.

Na segunda-feira, o primeiro-ministro desafiou os parceiros sociais a concretizarem um amplo acordo para a conciliação entre a vida profissional e familiar, considerando essencial que o Estado Social ganhe sustentabilidade e Portugal inverta um ciclo negativo demográfico.