O ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, classificou como uma "irresponsabilidade por parte do Presidente Putin, por parte das autoridades russas", as informações sobre a queda em território polaco de mísseis russos.

"Se se confirmarem estas notícias, eu não tenho ainda conhecimento, confirmação, mas se se confirmarem, representam mais uma irresponsabilidade por parte do Presidente Putin, por parte das autoridades russas e que, naturalmente, não ficará sem a devida resposta", disse à agência Lusa o chefe da diplomacia portuguesa.

João Gomes Cravinho considera que "a solução atual para se inverter e reverter a escalada é a retirada das forças russas dos territórios ocupados desde 24 de fevereiro".

"Portanto, esperamos que a Rússia faça isso de forma voluntária porque já percebemos que no terreno começa a haver condições para a Ucrânia obrigar a Rússia a fazer isso, mesmo que a Rússia não o queira", acrescentou.

Pelo menos duas pessoas morreram na sequência da queda do que se supõe serem dois mísseis de origem russa, esta terça-feira, em território da Polónia, segundo avança uma fonte dos serviços secretos norte-americanos citada pela AFP. A Rússia já negou o ataque.

As bombas caíram na zona de Przewodów, a cerca de 10 quilómetros da fronteira com a Ucrânia. Terão atingido uma exploração agrícola.

Por agora, o Pentágono não confirma, mas também não desmente a ocorrência de um incidente desta natureza em território da NATO.

Em conferência de imprensa, o porta-voz do Pentágono reconheceu que, nesta altura, não há evidências suficientes sobre o terá motivado este incidente.

“Neste momento, não temos informações que permitam corroborar esses relatórios. Mas estamos a levá-los a sério”, disse o general Pat Ryder.

“Não quero especular nem alimentar hipóteses. Mas quando o que está em causa são os compromissos de segurança e o artigo quinto, somos absolutamente cristalinos: vamos defender cada milímetro do território da NATO”, acrescentou. O Ministério da Defesa da Rússia já negou qualquer ataque contra território da Polónia.