A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) anunciou o envio de uma ajuda de emergência às dioceses mais afetadas pelas inundações no Paquistão, na província de Sindh. Muitas pessoas perderam tudo o que tinham e dependem agora, exclusivamente, da caridade de instituições como a Igreja Católica.

Na diocese de Hyderabad, as 19 paróquias ficaram totalmente inundadas. “Muitas famílias refugiaram-se nas igrejas locais, uma vez que as suas casas foram inundadas com a água da chuva, mas muitas das igrejas estão também inundadas”, revela o bispo D. Samson Shukardin na mensagem que enviou à AIS.

“Milhares de famílias estão rodeadas pelas águas das cheias e milhares estão sentadas à beira da estrada sem condições adequadas. Não têm comida, nem água potável, abrigo, casas de banho ou assistência médica”, escreve aquele responsável, que confirma que “as crianças são quem mais sofre”. O consumo de água contaminada e os mosquitos já estão “a provocar doenças”, como a malária.

Na diocese de Karachi, o ambiente não é muito diferente. O arcebispo D. Benny Travis, que também escreveu à Fundação AIS a pedir ajuda, fala num cenário apocalíptico. Diz que as inundações “provocaram uma onda de morte e de destruição” e continuam a fazer estragos, “destruindo meios de subsistência e arrasando comunidades inteiras”.

“As pessoas vivem a céu aberto, as suas casas estão danificadas; as cheias cortaram estradas, as cadeias de abastecimento de mercadorias foram afetadas; o risco de surto de doenças é iminente devido às águas estagnadas e à previsão de mais chuvas”, sublinha.

Os dois apelos levaram a Fundação AIS a decidir avançar com uma ajuda de emergência. De acordo com a informação divulgada pela Fundação, para a diocese de Hyderabad vão ser canalizados 200 mil euros, que vão apoiar cerca de 5 mil famílias.

“O objetivo é fazer chegar cabazes alimentares durante um mês para as pessoas mais vulneráveis, mas também apoio na distribuição de redes mosquiteiras e repelentes, criação de unidades móveis de saúde, criação de abrigos temporários e auxílio na reparação das infraestruturas danificadas nas igrejas, de forma a permitir que as paróquias possam acolher vítimas das cheias.”

No caso da Diocese de Karachi “vai ser entregue uma verba de 30 mil euros para o fornecimento de cabazes alimentares e artigos de cozinha e limpeza, que permitam às famílias tornar as suas casas habitáveis de novo”.

O balanço das cheias no Paquistão é ainda provisório e está a ser atualizado em permanência, mas causaram pelo menos 1.500 mortos e meio milhão de deslocados.

As autoridades falam nas “piores inundações dos últimos 30 anos”, com um terço do país debaixo de água.

Calcula-se que mais de 33 milhões de pessoas tenham sido afetadas pelas chuvas torrenciais que durante os meses de Verão devastaram campos agrícolas, destruíram casas, pontes, estradas, fábricas, escolas e hospitais.