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A Organização Mundial da Saúde (OMS) redobrou esta segunda-feira os pedidos para que os fabricantes e fornecedores das vacinas contra a Covid-19 garantam a entrega de doses às nações mais pobres no âmbito do pograma COVAX, com um conselheiro a admitir que a esperança de arrancar com a campanha de inoculação em fevereiro depende desse fornecimento.

O COVAX, que é apoiado pela OMS, pela aliança de vacinação GAVI e pela Coligação para Inovações de Preparação para Epidemias, conseguiu angariar até agora 6 mil milhões de dólares, tendo já encomendado 2 mil milhões de doses de diferentes vacinas contra a Covid-19, com a opção da compra adicional de outros mil milhões de doses.

Com nações como a China, os EUA e Israel a dominar as primeiras entregas de doses das vacinas, a OMS teme que os escassos "stocks" disponíveis para já deixem as 92 nações mais pobres do mundo sem acesso à vacina para inocular os seus profissionais de saúde na primeira ronda do programa COVAX.

"Esperamos, e temos confiança, de que conseguiremos começar a vacinação nestes países em fevereiro", adiantou Bruce Aylward, da OMS, em conferência de imprensa esta segunda-feira.

"Contudo, não podemos fazê-lo sozinhos. Precisamos da cooperação dos fabricantes da vacina, para que deem prioridade às entregas [das doses] no centro da operaçãos do COVAX."

Mais de 40 países, incluindo Portugal, já deram início à vacinação contra a Covid-19 de diversos grupos de risco, e recorrendo às vacinas criadas pela Pfizer/BioNTech, Moderna, AstraZeneca, para além das vacinas desenvolvidas pela Rússia e pela China.

"Toda essa vacinação, ou quase toda, aconteceu até agora em países das classes alta e média alta", destaca Aylward. "Temos de ver as vacinas chegar aos países das classes baixa e média baixa."

O conselheiro da OMS diz estar otimista quanto à possibilidade de a primeira fase da vacinação arrancar nos países em desenvolvimento já este mês.

"Mas novamente, para isso é necessária a cooperação dos vários envolvidos. Para já, temos uma situação injusta."