Os resultados da economia portuguesa são “francamente bons”, mas não chegam “ao bolso dos portugueses” disse, nesta terça-feira, Presidente da República.

Em declarações aos jornalistas no antigo Picadeiro Real, junto ao Palácio de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa comentou a revisão em alta do crescimento económico em Portugal por parte de Bruxelas.

A Comissão Europeia reviu, nesta segunda-feira, em alta a projeção de crescimento da economia portuguesa deste ano para 2,4%, a terceira maior taxa da zona euro, ajudada pelo turismo, colocando Portugal no ‘top três’ dos países da zona euro com a maior taxa de crescimento deste ano, a par da Grécia.


Para o Presidente da República, os resultados são “francamente bons”, mas Marcelo acredita que a economia portuguesapode crescer mais".

Marcelo Rebelo de Sousa justificou a sua confiança com os bons indicadores que Portugal teve nos primeiros meses do ano (tipicamente menos positivos), e com o facto de se aproximar o pico do turismo.

Resultados ainda não chegaram “ao bolso dos portugueses”

O Presidente admitiu, no entanto, que os números ainda não chegaram "ao bolso dos portugueses".

O Chefe de Estado sublinhou que a macroeconomia está saudável, mas que falta "chegar à vida das pessoas", indicando que a execução do PRR pode ser um dos caminhos para o fazer, e que medidas adicionais do Governo pode ser outro.

Nesta segunda-feira, o Millenium BCP somou-se ao rol de bancos que anunciaram lucros extraordinários que quase duplicaram no primeiro trimestre. No anúncio feito pelo presidente executivo, Miguel Maya afirmou que "acolheu" as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa, que tinha deixado um repto aos bancos para que fizessem um esforço numa altura de subida de taxas de juro no crédito à habitação, ditada pelo Banco Central Europeu.

As afirmações de Miguel Maya deixaram o Presidente da República satisfeito.

"Ouvir um responsável cimeiro de um banco dizer que percebeu as minhas palavras e que está preocupado, é um bom sinal", assinalou Marcelo.

Para o Chefe de Estado, a subida das taxas de juro e a inflação "são os problemas que podem dificultar ou atrasar a chegada dos tais números 'macro' ao bolso dos portugueses".

Já nesta terça-feira, o Banco Central Europeu subiu a taxa Euribor a três e a 12 meses, o que significa que as prestações do crédito à habitação vão aumentar.

Com esta subida, a Euribor a três meses atinge um novo máximo desde novembro de 2008.