O ministro das Finanças, Fernando Medina, apresentou esta quinta-feira, em Bruxelas, o pacote de medidas de apoio às famílias criado pelo Governo para mitigar o impacto da inflação, voltando a rejeitar as acusações da oposição sobre um alegado "engano" ou "corte encapotado" nas pensões.

"Quero ser muito claro: não há nenhum corte das pensões. Não há em 2022, onde as pensões foram aumentadas de acordo com a lei e onde estamos a dar um apoio extraordinário", disse aos jornalistas na capital belga, referindo-se à meia pensão extra que será paga em outubro.

Além disso, em 2023, "as pensões vão ser aumentadas e nós por transparência apresentamos os valores", adiantou o ministro das Finanças.

Os pensionistas vão ter em janeiro de 2023 um aumento entre 4,43% e 3,53% em função do valor da sua pensão, anunciou o primeiro-ministro, na segunda-feira.

Antes disso, e para o que o Governo diz ser um aumento de "liquidez imediata", os pensionistas vão receber um suplemento extraordinário correspondente a 50% da sua pensão, um dos apoios incluídos no pacote apresentado por António Costa no início da semana.

Medidas da "maior abrangência"

À chegada a Bruxelas, Medina ressaltou a abrangência dos apoios aprovados pelo Governo face ao aumento do custo de vida e no contexto da atual crise energética.

"É um programa da maior abrangência, que atinge a quase totalidade da população portuguesa", destacou em declarações aos jornalistas, sublinhando a importância de manter a redução da dívida pública para assegurar melhores condições de financiamento.

"Não procuramos ir além dos objetivos a que nos propusemos, mas queremos garantir que vamos atingir 1,9% [relativamente ao défice] no final do ano e também sermos o terceiro país que mais vai reduzir a dívida pública", disse o ministro das Finanças, adiantando que "isto é particularmente importante" num cenário de subida das taxas de juro por parte do Banco Central Europeu (BCE).

Da mesma forma, o ministro também assegurou que o Governo continua comprometido em reduzir a dívida pública: "Se tivermos menos dívida teremos melhores condições para financiar a economia e para as famílias se financiarem."