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Ranking das escolas 2018. Públicas recuperam lugares na tabela das melhores médias do secundário

14 fev, 2019 - 13:44 • Rui Barros

Há mais escolas públicas no “top 50" das escolas secundárias com melhor média nos oito principais exames realizados em 2018.

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Pela primeira vez em três anos, há duas escolas públicas no “top 30” do ranking das escolas.

A Escola Secundária Infanta D. Maria, de Coimbra, e a Escola Básica e Secundária Clara de Resende, do Porto, ocupam, respectivamente, o 27.º e o 28.º lugar da tabela das escolas com melhor média nos oito principais exames feitos em 2018.

Em 2016, apenas a Escola Secundária Infanta D. Maria tinha figurado no "top 30", ao passo que, em 2017, tinha sido a Escola Secundária Garcia da Orta e entrar nesse grupo. Esta escola, na tabela de 2018, desce 18 posições, para o 47.º lugar.

No topo da tabela, está aquela que já pode ser considerada “escola residente” do lugar número um do ranking das Escolas. O Colégio Nossa Senhora do Rosário, no Porto, segue “invicto” no primeiro lugar pelo quinto ano consecutivo.

A média dos exames subiu e, à semelhança do que aconteceu em 2015, esta escola conseguiu superar a barreira dos 15,3 valores, numa escala de 0 a 20. A escola conseguiu dois exames nota 20 em Física e Química - algo que não chega, no entanto, para bater o Colégio da Rainha Santa Isabel, de Coimbra, que conseguiu cinco, nem a Escola Secundária Camões, de Lisboa, a escola pública com mais exames com essa classificação.

É, precisamente, o Colégio da Rainha Santa Isabel que ocupa o segundo lugar no ranking das Escolas. A escola registou uma média de 14,93 valores e escalou nove lugares em relação ao ano passado. Em terceiro lugar, está o Grande Colégio Universal, do Porto, que regista uma subida significativa: escalou do 24.º lugar para o "pódio".

Na tabela das Escolas Secundárias, apenas o primeiro lugar é uma constante. No “top 5” das escolas com melhor média, apenas duas se mantiveram face ao ranking de 2017: o já referido Colégio Nossa Senhora do Rosário e o Colégio D. Diogo de Sousa, em Braga, que, este ano, surge em 4.º lugar.

Para a elaboração deste "ranking", a Renascença considerou apenas as 507 escolas onde se realizaram, pelo menos, 100 exames no conjunto dos oito mais concorridos (Matemática A, Matemática aplicada às Ciências Sociais, Português, Biologia e Geologia, Física e Química, História, Filosofia e Geografia), tendo por base dados divulgados pelo Ministério da Educação e tratados pela Universidade Católica Portuguesa para o jornal "Público".

Mais públicas no "top 50"

Apesar de o topo da tabela continuar marcado pelo domínio inequívoco das escolas privadas, o Ranking das Escolas Secundárias deste ano tem boas notícias para as escolas públicas. Para além de, pela primeira vez em três anos, haver duas públicas nas 30 com melhor média, a tabela mostra ainda uma escalada destas escolas na tabela das 50 melhores secundárias. Este ano, há 13 escolas nos 50 primeiros lugares, mais cinco do que o ano passado. Destas, quatro são do distrito do Porto.

Se considerarmos apenas as escolas públicas, os dois primeiros lugares são ocupados pelas já mencionadas Escola Secundária Infanta D. Maria (12,55 valores) e pela Escola Básica e Secundária Clara de Resende, do Porto (12,45 valores). Em terceiro lugar, surge a Escola Secundária Eça de Queirós, na Póvoa de Varzim, que conseguiu uma média de 12,32 valores.

Este ano, quase metade das escolas públicas tidas em conta pela Renascença subiram de posição A maior subida pertence à Escola Secundária de Gouveia, distrito da Guarda, que ocupava, no ano passado, o 435.º lugar e, este ano, está na posição 263.

Se olharmos apenas para as médias, o cenário não é muito diferente: quase 40% das escolas registaram uma média superior à registada no ano passado.

Menos secundárias com média negativa

Com a subida generalizada das médias, a base de dados disponibilizada pelo Ministério da Educação traz ainda uma outra boa notícia para o ensino português: contrariando os números do ano passado, a percentagem de escolas com média abaixo de 9,5 caiu. Em 2018, uma em cada cinco escolas registaram média negativa (no secundário a nota positiva conta a partir de 9,5 valores).

Em 2017, quase um quarto das escolas (24%) ficou abaixo dos 9,5. A percentagem de escolas com média positiva aproxima-se, assim, do valor registado em 2016, quando mais de 80% das 626 escolas conseguiram ter nota positiva (o que aconteceu pela quarta vez em 15 anos). Este ano, este valor ronda os 79%.

Poucos dias depois de sabermos que a taxa de abandono escolas em Portugal atingiu um mínimo histórico, a base de dados do Ministério da Educação também traz boas notícias neste campo. O número de estabelecimentos de ensino que apresenta taxas de conclusão no secundário iguais ou superiores a 80% quase que duplicou face a 2017. Este ano, há 94 escolas com taxas de conclusão iguais ou superiores a esse valor, com uma escola - a Pintor José de Brito, em Viana do Castelo - a registar uma taxa de conclusão de 100%.

Só em 19 escolas é que mais de metade dos alunos chumbaram no 12.º ano. É o valor mais baixo dos últimos três anos.

Públicas são as que mais contribuem para o sucesso dos alunos

O domínio das escolas privadas no topo da tabela muda se deixarmos de olhar para a média registada nos oito principais exames e olharmos para as escolas que mais contribuem para o sucesso dos alunos.

Das 30 escolas que ocupam o topo da tabela do "Ranking de Sucesso", um indicador introduzido pelo Ministério da Educação em 2016 e que avalia as escolas que mais contribuem para o sucesso dos alunos, 15 são escolas públicas - mais duas do que no "ranking" de 2017.

A primeira pública é a Escola Básica e Secundária de Felgueiras. No "ranking" das notas dos exames do secundário está em 132.º lugar, com uma média de 10,98, mas, quando o indicador de avaliação é a capacidade contribuir para o sucesso dos seus alunos, esta escola pública surge em segundo lugar, logo atrás do Colégio São Miguel, que já no ano passado tinha sido a secundária que mais contribui para o sucesso dos seus alunos.

Este é um "ranking" paralelo ao tradicional, que reflete os percursos de sucesso em cada escola, isto é, a percentagem de alunos que concluíram o ensino secundário sem retenções nos 10.º e 11.º anos e que conseguiram ter positiva nos dois exames das disciplinas trienais (Português e Matemática A, Português e História ou Português e Desenho, dependendo dos cursos).

Este indicador compara, depois, os resultados de cada escola com a média nacional, tendo por referência os alunos com um percurso comparável, de acordo com as notas obtidas nos exames de 9.º ano.

Na Escola Básica e Secundária de Felgueiras, 38,2% dos alunos conseguiram concluir o secundário sem chumbar e tiveram positiva nos dois exames finais de 12.º ano. É um valor que a coloca na metade superior da tabela e, quando comparada com outras, com alunos semelhantes, tem 17,8 pontos acima da média nacional, o que a coloca na segunda posição como escola que mais promove o sucesso dos seus alunos.

Nesta escola, quase um em cada três alunos teve o apoio da ação social escolar e as mães dos alunos registam o nível de escolaridade mais baixa.

Média nacional de percursos diretos desce

Apesar das boas notícias no que toca às taxas de conclusão no secundário, os dados deste ano trazem também uma má notícia: pela primeira vez em três anos, a percentagem de percursos diretos de sucesso desceu. Este ano, este indicador mostra uma média de 37%, menos cinco pontos percentuais em relação ao ano passado.

De acordo com o uma nota do ministério, esta descida deveu-se à descida da percentagem de classificações positivas nos exames nacionais de História A e Matemática A, que este ano atingiram uma média de 9,4 e 10,2, respetivamente.

Viana do Castelo, Coimbra e Viseu foram os distritos que registaram maior percentagem de percursos diretos.

Considera-se que um aluno teve um percurso direto de sucesso quando não teve retenções nos 10.º e 11.º anos de escolaridade e, simultaneamente, obteve nota positiva nos exames nacionais nas duas disciplinas trienais do 12.º ano.

De registar, ainda, uma diferença significativa que já começa a ser uma constante quando a comparação neste indicador é feita por sexos. Quase metade das alunas (41%) conseguirem terminar o secundário sem chumbos, ao passo que, nos homens, essa percentagem está nos 32%.

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