Louçã defende eleições antecipadas se houver novo empréstimo
07 abr, 2012
Coordenador da comissão política do BE considera que o Governo teve "uma semana vertiginosa" e diz ser provável que passe a usar um novo verbo: "Eu 'lapso', tu 'lapsas', ele 'lapsa' (...). Já 'lapsaram' os dividendos das empresas que foram privatizadas, já 'lapsaram' os subsídios de doença, de desemprego, os apoios sociais".
Francisco Louçã exigiu hoje a realização de eleições legislativas antecipadas, caso Portugal venha a precisar de um "novo empréstimo".
"Não se atreva a propô-lo [um novo empréstimo] ao país sem olhar para os portugueses e pô-los no direito de voto para que todos possam decidir", desafiou Louçã, num discurso na festa do 13.º aniversário do BE, que decorreu em Matosinhos.
Considerando que o Governo teve "uma semana vertiginosa", Francisco Louçã afirmou que a política do primeiro-ministro Passos Coelho "é uma vigarice", porque "aumenta o desemprego e a dívida".
"É a democracia e não a vigarice que tem que decidir; democracia é decisão, decisão são eleições, é a escolha democrática de todos", frisou.
Para Francisco Louçã, "para sobreviver, o país precisa de se erguer contra a troika, contra o abuso económico, em nome de uma democracia que seja responsável, contra a vigarice".
Louçã garantiu que o "grande combate do BE é o mesmo de há 13 anos", afirmando que, "com confiança e ousadia", tudo fará contra "o momento de grande vertigem política, política dura e agressiva contra as pessoas", que o país está a viver.
O novo verbo do Governo: "Lapsar"
O dirigente criticou "o governar com suplementos do Diário da República", assim como o "esconder decisões do Conselho de Ministros", referindo-se à suspensão das reformas antecipadas, afirmando mesmo que agora, no Conselho de Ministros, "é provável" que o Governo use um novo verbo: "lapsar".
"Eu 'lapso', tu 'lapsas', ele 'lapsa' (...). Já 'lapsaram' os dividendos das empresas que foram privatizadas, da energia e da electricidade, já 'lapsaram' os subsídios de doença, de desemprego, os apoios sociais", sustentou.
Francisco Louçã considerou que a ajuda externa dada a Portugal "é uma chacina contra o Serviço Nacional de Saúde e contra a escola pública", tendo já provocado meio milhão de desempregados.
"Podem eles dizer-nos que o empréstimo e os juros protegem as pessoas, ou sabemos nós a realidade: é uma vigarice contra a economia, contra as pessoas", concluiu.