08 jun, 2015
O primeiro-ministro nega ter incentivado os jovens portugueses a procurarem emprego no estrangeiro, classificando de "mito urbano" uma afirmação nesse sentido.
"Há uns quantos mitos urbanos, um deles é que eu incentivei os jovens a emigrar. Eu desafio qualquer um a recordar alguma intervenção ou escrito que eu tenha tido nesse sentido", disse Pedro Passos Coelho aos jornalistas, em Coimbra, à margem das comemorações dos 75 anos do Portugal dos Pequenitos.
Numa entrevista ao jornal “Correio da Manhã”, em Dezembro de 2011, Passos Coelho sugeriu a emigração aos professores sem colocação nas escolas portuguesas.
Questionado sobre se aconselharia os “professores excedentários que temos” a “abandonarem a sua zona de conforto e a “procurarem emprego noutro sítio”, Passos Coelho respondeu: “Em Angola e não só. O Brasil tem também uma grande necessidade ao nível do ensino básico e secundário”.
Passos focado na natalidade e emprego jovem
Na visita desta segunda-feira ao Portugal dos Pequenitos, o chefe do Governo regressou ao discurso da natalidade. “Nunca como nos tempos presentes estamos tão necessitados de poder ter, também em Portugal, uma sociedade muito amiga das famílias e das crianças, em particular porque nos faltam. Cada vez mais a sociedade portuguesa precisa de inverter esta tendência demográfica recessiva”, afirmou.
Passos Coelho considera que é preciso “materializar” nos próximos anos uma “política articulada que remova obstáculos à natalidade, ainda assim precisamos de mais gente”.
“Temos também de, gradualmente, à medida das nossas possibilidades ir procurando uma política de migração que nos traga aquilo que nos faz falta”, defendeu.
O líder do PS, António Costa, definiu no sábado o emprego jovem como prioritário. O primeiro-ministro também jogou essa cartada.
“Está na altura, agora que estamos a retomar um fio de equilíbrio e de crescimento, de poder cuidar, de oferecer, àqueles mais jovens que obtêm aqui a sua formação, uma possibilidade de a poderem realizar e realizar-se no mercado de trabalho, encontrando uma perspectiva de emprego.”
Passos Coelho acrescenta que, à medida que o país retomar o crescimento económico, é preciso voltar à preocupação de outros problemas, sendo o mais antigo, segundo o primeiro-ministro, o da desigualdade na distribuição dos rendimentos.
[notícia actualizada às 19h18]