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JMJ

Subida ao Pico. Experiência “incrível e inesquecível” rumo à JMJ

25 jul, 2023 - 20:53 • Olímpia Mairos

O balanço não podia ser mais positivo. Subir a montanha mais alta de Portugal deixou marcas e desafios para a vida aos mais de 100 jovens que ousaram arriscar e desafiar as próprias forças físicas. Depois de “tocarem o céu”, foram convidados pelo bispo da diocese a serem protagonistas da Humanidade.

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Escasseiam as palavras aos jovens para descreverem a subida à Montanha do Pico e daqui serem enviados, pelo bispo diocesano, para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que começa dentro de uma semana.

Filipa Revês veio de S. Miguel e diz que esta experiência foi oportunidade “para crescer na fé e fazer com que a fé [seja vivida] com mais maturidade, com mais sabedoria. E é isso que representa para a subida ao Pico”.

Também Silvestre Farias, de S. Miguel, considera que “foi uma boa experiência, um encontro com Deus; subir a montanha e estar mais próximo do céu, foi bom”.

Da ilha do Pico, Joaquim Evangelho fala de “uma experiência única”, que aconselha a qualquer um que visite a ilha”, pois “é realmente um encontro espetacular com Deus”.

Já Marisa Santos veio da ilha de Santa Maria e diz que “as dificuldades souberam pela vida”, porque, diz, “encontramos paz lá em cima, o nosso encontro foi sinal de alegria e de compreensão”.

Por sua vez, Catarina Moura, também da ilha de Santa Maria, fala de “uma experiência incrível e inesquecível, que toda a gente devia de fazer”.

“O coração está cheio, o coração está feliz”

O coordenador do COD Angra, padre Norberto Brum, considera que a experiência da subida à montanha mais alta de Portugal “valeu a pena” por aquilo que se viveu, “por aquilo que experimentamos, pela comunhão que estabelecemos por estarmos juntos e sentimos muito presente esta necessidade de caminharmos juntos, de chegarmos juntos, de nos animarmos uns aos outros, o que estava mais abatido a gente levantou, o que caiu, a gente recuperou”.

“Foi uma aventura muito, muito interessante. Depois, a vigília na noite, em comunhão com todos os jovens da nossa diocese, foi muito positiva, foi muito interessante. Terminar às escuras, a contemplar as estrelas do céu, foi algo de estrondoso; estava mesmo pertinho do céu e esta manhã, a eucaristia, quando toda a gente chegou, foi o ponto alto e penso que o balanço é extremamente positivo”, observa.

“Apesar do cansaço físico, o coração está cheio, o coração está feliz. Estamos prontos para a Jornada da Juventude”.

Sobre o desafio lançado pelo bispo D. Armando Esteves Domingues aos jovens, para que se prendessem ao essencial e procurassem na sua vida fazer os outros felizes, o sacerdote realça que esse é o sentido maior desta jornada.

“E o senhor bispo ainda disse mais. Na homília, pediu que os jovens que fossem ‘influencers’ junto dos outros jovens, que não decidissem sozinhos, mas fossem protagonistas. E, de facto, esta mensagem e atual e é necessária; e no contexto da Jornada Mundial da Juventude ainda mais, porque fortalece-nos, robustece-nos um bocado na nossa fé, revigora-nos”, destaca.

“Não foi o calvário, como andavam a dizer, mas é um verdadeiro Tabor, um momento de encontro”

Para o padre Filipe Diniz, diretor nacional da Pastoral Juvenil, “a subida e a descida do Pico foi um grande desafio”.

“Gostei imenso de a fazer, paisagisticamente é fantástica”, descreve, admitindo que “os últimos momentos da descida são um bocadinho mais desafiantes”, tendo em conta “também o cansaço das pernas. Mas ajuda-nos muito a compreender a mochila, o que nós levamos da nossa vida. E isto é mais, não um peso, mas algo que caracteriza a mochila da minha vida, mais um acontecimento”.

“E neste momento em que estamos a viver a Jornada Mundial da Juventude, só faz sentido, porque aqui no meu coração vem toda a organização, as dioceses de Portugal, os peregrinos que estão a chegar. Enfim, acho que o peso, se assim podemos dizer, foi o peso desta tranquilidade, tudo aquilo que vai preparando, mas também da responsabilidade que se está a viver… Por isso, eu confio [a Deus] todas as dioceses do país, que neste momento estão a sentir outros pesos de responsabilidade no compromisso de acolhimento dos jovens”, acrescenta.

E quanto ao cansaço físico, ele será atenuado “com uma noite bem descansada”.

“O desafio da vida, é saber vivê-la, saber aguentar, mas também saber dar graças. E isto foi um momento de dar graças”.

Questionado sobre se o Calvário se transformou num novo Tabor para os jovens açorianos, o diretor nacional da Pastoral Juvenil acha que sim, reiterando que a experiência “não foi o calvário, como andavam a dizer, mas é um verdadeiro Tabor, um verdadeiro momento de encontro”.

“É um fazer a tenda, descansar na tenda e haver espaço para Ele”, explica, assinalando que “houve espaço para Deus”.

“Recordo-me do pôr-do-sol, foi um momento esplêndido. Percebermos o quanto nós devemos enaltecer o dia que temos”, referindo-se ao momento da vigília que “foi o momento do silêncio, o momento em que nós, quando terminamos, mandamos apagar todas as lanternas e ficamos a contemplar as estrelas e a rezarmos a nossa Senhora”.

Sentiu-se mais perto do céu?

“Sim, verdadeiramente, nós sentimo-nos mais próximos do céu”, diz, acrescentando que “o céu está em nós, o céu é cada um de nós”, e esta experiência da subida à montanha “foi um momento muito significativo, sentimos o aconchego e o colo da Mãe”.

“Estar lá em cima, nós só temos o céu como limite”

Já para o bispo de Angra, que liderou esta iniciativa inédita, a subida, “como tudo na vida, teve algumas dificuldades”, pois “não foi como andar em terreno plano”.

Confessa que já “estava à espera”, até porque “a montanha já não é novidade, embora há uns aninhos atrás, mas era um pouco esta dificuldade que eu esperava”.

“Esperava mais no piquinho. De facto, foi muito simpático subir ao ponto mais alto esta madrugada e ver o nascer do sol. Fez-me lembrar o Tabor, imaginar que terá sido Jesus naquele dia”, conta.

O prelado salienta que “estar lá em cima, só temos o céu como limite”, ressaltando que “muitas vezes na vida também temos que ter essa certeza: que há sempre um céu mais acima de nós e que nós não nos esgotamos nas coisas pequenas e banais da vida”.

“Há uma ânsia dentro de nós que nos faz ir sempre mais além, mais alto, de amar mais, fazer mais, trabalhar mais, não para nos cansarmos, mas para fazermos este mundo e a vida das pessoas cada vez melhor”.

Na subida à montanha participaram mais de 100 jovens das várias ilhas. A Lisboa, à Jornada Mundial da Juventude vão muitos mais, mais de 900.

D. Armando Esteves Domingues manifesta felicidade pelo número de participantes, “porque a Jornada Mundial da Juventude é o momento também de evangelização para toda a igreja, como o Papa queria, não só para os jovens, mas para todos nós”.

“É com o olhar nos jovens que nós também olhamos para o futuro. Queremos ouvi-los, estar com eles, caminhar com eles, e, também, olhar esta igreja, que ela pode ser mais alegre, mais feliz, mais juvenil. Mas todos, não é só com os novos, é com os novos e os mais velhos, todos no mesmo caminho”, explica.

O responsável pela diocese de Angra, destaca que “uma diocese que está tão distante, e que está dividida geograficamente, por causa das nove ilhas, e também envelhecida”, levar 900 jovens à JMJ “é um motivo de grande, grande alegria”.

D. Armando Esteves Domingues acredita que os cerca de 130 jovens que subiram ao monte, para serem enviados à JMJ, vão “daqui mais fortes. E vão daqui mais fortes para tudo aquilo que às vezes são aparentes sinais de felicidade e que desiludem”.

Da montanha mais alta de Portugal saiu também um pacto para cuidar da "Casa Comum".

Conheça o pacto assinado pelos jovens

• Reconhecer Deus como o grande Autor desta obra de arte que é a Criação;

• Amar esta terra e esta humanidade, com todos os seus seres e elementos;

• Viver comprometidos com a humanidade, promovendo o seu ser família universal;

• Caminhar unidos, valorizando o bom e o belo de cada ser vivo;

• Dizer “não”, evitar e combater a poluição, os resíduos e a cultura do descarte, a perda da biodiversidade, a deteriorização da qualidade da vida humana e a degradação social e lutar contra a desigualdade planetária.

• Promover uma verdadeira ecologia integral através de um contínuo processo de conversão ecológica, apontando para outro estilo de vida e vivendo uma aliança entre a humanidade e o ambiente;

• Dispormo-nos, à luz da fé e da sabedoria que nos vem das narrações bíblicas, a descobrir a mensagem de cada criatura na harmonia de toda a criação;

• Desejar, procurar e viver a comunhão universal;

• Sentir que precisamos uns dos outros e que temos uma responsabilidade para com os outros e o mundo;

• Acolher, aceitar, respeitar e amar cada pessoa como imagem viva de Jesus Cristo.

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