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Desporto mundial também aperta o cerco à Rússia

27 fev, 2022 - 15:00 • Eduardo Soares da Silva

Do futebol à Fórmula 1, o desporto mundial também já reagiu à invasão russa na Ucrânia. Da final da Liga dos Campeões retirada a São Petersburgo à impossibilidade da realização do Grande Prémio em Sochi, conheça as principais decisões até ao momento.

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Com a invasão da Ucrânia por parte da Rússia, também o desporto mundial começa a implementar sanções ao país, com destaque para a retirada da final da Liga dos Campeões, que se iria realizar em São Petersburgo e a pressão para que a seleção russa seja excluída do Mundial de futebol.

O anúncio sobre a Liga dos Campeões foi feito na manhã desta sexta-feira, depois da UEFA ter realizado uma reunião extraordinária do Comité Executivo, onde se decidiu que a final passará para Paris, no Stade de France.

O organismo compromete-se a ajudar todos os futebolistas, e respetivas famílias, que estejam neste momento na Ucrânia, com as suas vidas em perigo.

A UEFA decidiu ainda que não voltarão a ser disputados jogos europeus em solo russo e ucraniano até decisão contrária, o que implicará partidas nas próximas semanas.

Nas competições europeias de clubes, há ainda uma equipa russa na Liga Europa, o Spartak de Moscovo terá de realizar o jogo da 2ª mão dos oitavos de final frente ao RB Leipzig em campo neutro.

Na Youth League está ainda em prova o Dínamo de Kiev. A equipa ucraniana defronta o Sporting e o jogo, devido aos desenvolvimentos do conflito, já foi adiado para 9 de março.

No que diz respeito ao "play-off" de acesso ao Mundial 2022, no Catar, todas as seleções emparelhadas com a Rússia já anunciaram que não vão a jogo, independentemente da decisão de se realizar em terreno neutro. A meia-final está agendada para dia 24, frente à Polónia, que foi a primeira a boicotar o jogo.

Também as duas seleções da outra meia-final, Suécia e República Checa, que poderiam jogar frente à Rússia, caso esta seguisse em frente, anunciaram que não vão a jogo.

Isto deixa a FIFA e a UEFA com apenas duas opções: ou a Rússia se qualifica diretamente para o Mundial, visto que as restantes três seleções se rejeitaram a jogar, ou remove a seleção russa do Campeonato do Mundo. De qualquer modo, não resta muito tempo para que as organizações que tutelam o futebol possam decidir sobre o assunto.

Fórmula 1 sem condições para visitar Sochi

Apesar de ainda não falar em cancelamento, a Fórmula 1, depois de ter reunido com as diferentes equipas e a FIA, anunciou que é "impossível realizar o Grande Prémio da Rússia nas atuais circunstâncias".

Ainda na Fórmula 1, o piloto russo Nikita Mazepin pode ter o seu futuro em risco, uma vez que o seu pai é um dos bilionários mais próximos de Vladimir Putin.

O piloto, que é muitas vezes considerado como um "piloto pagante", tem a empresa do seu pai, a Uralkali, como principial patrocínio da Haas, que já anunciou que não voltará a mostrar o símbolo da marca no seu monolugar. Gunther Steiner, chefe da equipa americana, diz que o futuro do piloto "tem de ser resolvido".

O Comitê Olímpico Internacional (COI) também condenou a invasão e afirmou que o governo russo violou a Trégua Olímpica em vigor, que visa aproveitar o poder do esporte para promover a paz e o diálogo.

A Trégua Olímpica começou sete dias antes do início dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim em 4 de fevereiro, termina sete dias após o encerramento dos Jogos Paralímpicos de Inverno de 4 a 13 de março.

No basquetebol, o Sporting pode ter jogos adiados ou cancelados. A 10 de março, os leões recebe os russos do o Avtodor Saratov, nos quartos de final da FIBA Europe Cup, com a segunda mão marcada, em solo russo, a 16 de março.

O Porto tem também jogo marcado na Liga dos Campeões de andebol com os ucranianos do Motor Zaporozhye, no Dragão Arena, a 10 de março.

Desportistas russos contra a guerra

Daniil Medvedev, o novo número um do "ranking" mundial de ténis, mostrou-se contra a guerra e espera que esta "termine o mais rapidamente possível". Foi a primeira declaração do tenista como novo líder da hierarquia.

"Não é fácil jogar no mesmo dia em recebes uma notícia destas. Não quero falar de culpados ou do problema, mas, no século em que vivemos, parece-me incrível que ainda haja guerras, não consigo compreender. Espero que termine o mais rápido possível. O que eu desejo é que haja o mínimo de perdas possível", disse.

Fyodor Smolov, ponta de lança internacional russo e jogador do Dínamo de Moscovo, escreveu "não à guerra".

Depois de várias semanas de ameaças e tentativas de diálogo, o Presidente russo reconheceu a independência das províncias separatistas da Ucrânia e deu ordem para invadir o país vizinho. As tropas russas continuam ataques em território ucraniano e, pelo menos, 100 mil pessoas já abandonaram as suas casas na Ucrânia.

A Federação Internacional de Judo (FIJ) suspendeu também o estatuto de presidente honorário e embaixador do organismo do líder russo, Vladimir Putin, que recebeu um dos graus mais elevados em 2012. Putin pratica judo desde jovem e alcançou o cinturão preto aos 18 anos.

Abramovich entrega gestão do Chelsea

Roman Abramovich anunciou no sábado que decidiu entregar a gestão do Chelsea aos administradores da fundação de caridade do clube inglês. Importa referir que o russo continua a ser o dono do clube, e foi apenas anunciada uma intenção de ceder a liderança do clube.

“Durante os meus quase 20 anos de liderança do Chelsea sempre vi o meu papel como sendo o guardião do clube, cujo trabalho era garantir que seríamos bem sucedidos como somos agora, mas também construir o futuro, enquanto assumimos um papel positivo nas nossas comunidades", começa por dizer o bilionário, em comunicado.

Roman Abramovich tem ligações à Gazprom e ao regime de Vladimir Putin e, por isso, estará a tentar evitar as sanções a oligarcas russos no âmbito da invasão da Rússia à Ucrânia.

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  • Ivo Pestana
    27 fev, 2022 Madeira 21:02
    Menos a fifa, está com medo de excluir os russos desse petro-mundial.

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