“Quem tem de responder aos lisboetas sobre esse resultado é o Partido Socialista”. É desta forma que em Buenos Aires, à margem da Feira do Livro onde Lisboa é a cidade convidada, Carlos Moedas reage à notícia sobre as contas da autarquia que fecharam em 2023, com um saldo negativo superior a 18 milhões de euros.

Nas palavras do autarca que começa por dizer que foi o ano em que tiveram “a melhor execução em termos de orçamento”, o resultado deve-se aos investimentos que foram feitos. “Aquilo que se prometeu gastou-se, e conseguiu-se investir”, explica o autarca.

Contudo, Carlos Moedas aponta o dedo à sua oposição na Câmara. “Isto acontece porque o Partido Socialista desde o início bloqueia, um instrumento essencial para um presidente de câmara, que é fazer compras e vendas de património e isso tem um efeito no saldo de gerência da Câmara”.

Em declarações aos jornalistas, antes de assistir a uma conversa com o humorista Ricardo Araújo Pereira, Carlos Moedas lembra os investimentos que fez: “Consegui investir muito mais do que os outros, consegui executar mais do que os outros, e, portanto, este é o resultado de uma gestão de trabalhar para as pessoas”, refere.

“Eu não estou a trabalhar para a política do dia-a-dia. Agora é bom perguntar ao Partido Socialista porque é que este presidente de Câmara, ao contrário de todos os outros, não tem um instrumento que todos os outros tiveram”, acrescenta

No entender do autarca “quem tem de responder aos lisboetas sobre esse resultado é o Partido Socialista, porque sabem bem porque é que ele aconteceu”. À oposição camarária, Carlos Moedas deixa um repto: “Peço ao Partido Socialista que olhe para uma gestão, como sempre teve, e me deixe governar. É essa a função da oposição, é dar os instrumentos necessários e deixar governar quem tem de governar”.

Afirmando que não deixará de “fazer políticas para as pessoas nas áreas da saúde, habitação, e social”, Moedas foi ainda questionado sobre a saída de Pedro Costa da Junta de Freguesia de Campo-de-Ourique e disse que “quem se demite a meio de um mandato tem de se justificar às pessoas”.

“Não tenho mais nada a dizer, já telefonei ao novo presidente de junta, a dar o meu contato”, explicou Carlos Moedas à margem da Feira do Livro de Buenos Aires, na Argentina que decorre até ao próximo dia 13 de maio