Eleito à quarta votação e num acordo de divisão da presidência da Assembleia da República, Aguiar-Branco elogiou a postura do PS perante uma situação de impasse e considerou que ter Francisco Assis como sucessor em 2026 seria um “bom sinal” - porque seria sinal de que o Parlamento não seria dissolvido nos próximos dois anos.

Na primeira entrevista enquanto presidente da Assembleia da República, na CNN Portugal, José Pedro Aguiar-Branco afirmou que é “indiferente” de quem veio a proposta para a divisão da presidência da Assembleia da República, defendendo que para avançar era necessário o consenso das duas partes e que este é um “bom exemplo” dos “consensos necessários para que a democracia funcione”.

“Quando podemos pôr a democracia a funcionar, é sempre positivo”, considerou.

Aguiar-Branco afirma que a sua atitude perante o Chega será “diferente” da do seu antecessor, Augusto Santos Silva, e que “não fará distinção” entre deputados ou forças partidárias.

“Vou lidar com 229 deputados e não faço distinção do deputado A do deputado B. Todos foram eleitos com o voto universal, todos merecem o mesmo respeito e portanto, o meu registo de equidistância, respeito, rigor e lealdade é com os 229 deputados da Assembleia da República”, afirmou.

A nova segunda figura de Estado indica que a diversidade que existe no Parlamento “é a diversidade da nossa sociedade” e que será necessário “conviver com diferentes formas de estar”.

Questionado sobre se espera ter Francisco Assis como sucessor daqui a dois anos, considerou que esse seria um “bom sinal”.

“Será sinal de que a Assembleia da República continua a existir daqui a dois anos com esta configuração, será sinal que o Governo da República também está a governar de forma a que a AR possa continuar a existir”, afirmou.

Aguiar-Branco foi eleito esta quarta-feira, com 160 votos a favor, como novo presidente da Assembleia da República, depois de não ter conseguido maioria nas três primeiras eleições realizadas ontem.