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Pandemia de Covid-19

Ministra da Saúde assegura que SNS tem "capacidade de adaptar respostas às necessidades"

21 set, 2020 - 20:59 • Filipe d'Avillez

Marta Temido diz que, se for preciso, Estado pode assinar protocolos com privados e rejeita que o sistema nacional de saúde esteja sequer próximo de atingir um ponto de saturação no contexto da pandemia de Covid-19.

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A ministra da Saúde, Marta Temido, garantiu esta segunda-feira que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem "capacidade de se adaptar às necessidades" no combate à pandemia de Covid-19 e realçou a importância de estar organizado em rede, sendo ainda possível ativar recursos dos privados se tal for necessário.

Em entrevista à RTP, Marta Temido disse que o aumento dos números de infeção não representa um risco para a integridade da resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e que uma das prioridades agora é melhorar o tratamento dos casos não-Covid.

A ministra destaca, sobretudo, o facto de o país estar muito mais bem preparado agora do que estava em março para gerir a epidemia. “Temos hoje muito mais meios, temos mais recursos humanos e técnicos, temos sobretudo mais organização e conhecimento”, diz Marta Temido.

“Enfrentamos esta fase, que é uma fase de crescimento dos números, com confiança, também com preocupação, mas com a consciência de que conseguimos reforçar quer a capacidade laboratorial quer a capacidade de medicina intensiva, quer os recursos humanos, quer sobretudo os métodos de organização do trabalho ao nível da saúde pública, da integração com outras áreas de outros setores, e melhorar as respostas, nomeadamente a celeridade de deteção de casos e sobretudo ter agora uma atenção muito forte às respostas não-Covid”, explicou.

A ministra evitou responder diretamente a questões sobre limites de capacidade do SNS, preferindo sublinhar o facto de se poderem aumentar os recursos que já existem.

“O SNS tem cerca de 21 mil camas de internamento e por exemplo a região de saúde de LVT tem sete mil dessas camas. Qual é a vantagem do SNS? É a sua capacidade de funcionar em rede, de amortecer picos pontuais e dar resposta”, afirmou, dando como exemplo o facto de que “das 500 camas que Lisboa e Vale do Tejo tem ‘guardadas’ para resposta à Covid, neste momento estão ocupadas 300, mas são 300 das 500 que fazem parte das sete mil, ou seja, temos essa capacidade de ir adaptando as respostas às necessidades de cada momento.”

Dessa adaptação consta ainda a possibilidade de se poderem ativar outros serviços, incluindo os protocolos com a rede privada e eventualmente a requisição civil, acrescentou.

Marta Temido também se escusou a falar sobre um potencial novo período de confinamento, mesmo que local, mas deu a entender que esse será o caminho a trilhar, caso seja necessário.

“Todos os países têm tentado ter medidas de saúde pública de precisão, isto é, em lugar de confinamentos gerais, restrições aos horários e aos movimentos, impostos a toda a área geográfica do país, fazê-lo mais cirurgicamente, com maior precisão.”

Marta Temido sublinha a importância do “mapa de risco epidemiológico” que todos os municípios devem ter pronto o mais local possível.

“Alguns municípios já os têm desenvolvidos, outros estão ainda a desenvolvê-los, mas isso é muito importante. Nalgumas zonas do país já conseguimos dizer qual é o risco quase porta-a-porta, isso permite não só uma atuação mais incisiva e eficaz da saúde pública, da segurança social e das forças de segurança, como também evitar proteger a restante sociedade.”

“Já percebemos que o confinamento tem uma eficácia menos importante do que no passado. No passado tinha porque estávamos a aprender e porque estávamos numa fase em que de alguma forma podíamos suportar, até sob ponto de vista social e psicológico, das restantes áreas da saúde, medidas mais restritivas. Hoje todos os países estão a tentar afastar-se dessa linha, independentemente de localmente poder haver medidas cirúrgicas de confinamento local”, acabou por admitir Marta Temido.

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