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Debate da rádio

Quem é "o Centeno" de Rui Rio? Trabalhou com o Governo Sócrates e foi assessor de Cavaco

23 set, 2019 - 11:59 • Eunice Lourenço

Mandatário nacional do PSD e coordenador do cenário macroeconómico é a aposta do líder do PSD para as Finanças.

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“Seriam melhor seis meses do meu Centeno do que quatro anos do seu Centeno” e “O meu Centeno é melhor que o teu” foram duas frases que marcaram o frente-a-frente entre Rui Rio e António Costa organizado pelas rádios. Rui Rio, contudo, nunca disse o nome do seu Centeno, que é Joaquim Miranda Sarmento, o mandatário nacional do PSD nestas eleições legislativas.

Diferentes no trato – Centeno mais sorridente (ainda que o sorriso tímido de há quatro anos se tenha tornado mais confiante), Joaquim Sarmento com uma cara geralmente mais fechada – têm um percurso muito semelhante de especialistas em Finanças com carreiras de altos funcionários públicos.

Joaquim José Miranda Sarmento é doutorado em Finanças pela Universidade de Tilburg (Holanda) e é , atualmente, professor auxiliar de Finanças no ISEG, tendo sido assistente entre 2007 e 2014 e docente convidado na Católica Lisbon School, como se lê no seu perfil divulgado no site do PSD. Trabalhou dez anos no Ministério das Finanças, entre 1999-2009, mais concretamente na direção Geral dos Impostos e na Direção Geral do Orçamento, tendo sido destacado para o gabinete do Ministro das Finanças entre 2007 e 2009. Ou seja, trabalhou no gabinete de Teixeira dos Santos, o ministro das Finanças de José Sócrates. É, portanto, um homem que conhece bem o funcionamento da “máquina” das finanças portuguesas.

Foi assessor económico de Cavaco Silva na Presidência da República entre 2012 e 2016 e foi consultor da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) do Parlamento, essa entidade que, nos últimos anos tantas vezes fez relatório críticos das execuções orçamentais.

Escolhido por Rui Rio para porta-voz para as Finanças, quando o líder do PSD formou o seu conselho estratégico nacional, Joaquim Sarmento foi, com Álvaro Santos Almeida, o responsável pelo cenário macroeconómico e pelo programa social-democrata que promete haver um excedente orçamental que pode ser usado em diminuição de impostos.

Na apresentação desse capítulo do programa social-democrata manteve sempre o ar sério e preocupado de quem tem o peso do mundo nos ombros e faz questão de parecer mais sério e mais velho do que verdadeiramente é, enquanto que, a seu lado, Álvaro Santos Almeida era todo ele mais sorridente e com um discurso mais fácil.

Em abril deste ano, Joaquim Sarmento lançou o livro “A Reforma das Finanças Públicas”, onde faz várias propostas como a de diminuir a frota de carros do Estado, quer passaria a recorrer a plataformas de transporte como a Uber ou a Cabify. Outra proposta é a criação de uma espécie de diretor executivo em cada ministério, que não mude quando muda o Governo de forma a manter alguma unidade na gestão. Também defende menos ministérios e concentrados geograficamente.

Nesse livro faz ainda várias propostas como o regresso ao horário de 40 horas para a função pública ou a existência de um IRS mínimo de 40 euros para quem não tem coleta. Ideias que, como assinalou o líder do PS à saída do debate, não fazem parte do programa do PSD.

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