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​António Costa diz que IL quer mais impostos para a "geração charneira"

22 fev, 2024 - 00:44 • Filipa Ribeiro , com redação

Primeiro-ministro demissionário acusa a oposição de não ter ideias inovadoras para o país.

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António Costa lança críticas à Iniciativa Liberal (IL). Na apresentação do livro de Miguel Costa Matos, líder da Juventude Socialista, o primeiro-ministro demissionário usou a proposta dos liberais para o IRS para criticar o partido de Rui Rocha.

“Vejo dos nossos concidadãos da Iniciativa Liberal, que tanto falam de jovens e da redução de impostos, pura e simplesmente, acabam com o IRS Jovem, dizendo esta coisa extraordinária: o IRS Jovem deixa de ser necessário porque propõem um IRS de 15% para todos. Não vou discutir a demagogia do IRS a 15% para todos, mas o IRS Jovem no primeiro ano não é 15%, é 0%. Significa que eles vão mesmo taxar mais os jovens”.

No discurso, António Costa reforçou ainda as críticas à oposição acusando-a de não ter ideias inovadoras para as eleições legislativas de 10 de março.

“É significativo que quer neste livro, como tenho podido constatar nos debates eleitorais, há mais novidades do campo de quem tem governado nestes oito anos, do que no campo de quem se tem oposto nos últimos oito anos”.

Para o primeiro-ministro, o futuro deve continuar a ser preparado. António Costa considera que o país está agora bem preparado com a entrada no mercado do que chama de “geração charneira”.

“Esta geração de quem tem hoje 29 anos, nasceu no ano em que o António Guterres chegou a primeiro-ministro com a paixão pela educação. É a primeira geração que está preparada para termos uma economia mais qualificada, e essa economia só pode ser mais qualificada com esta geração”, declarou António Costa, na apresentação do livro de Miguel Costa Matos "Portugal e Agora? 30 ideias para mudar o país".

Já na parte final da sua intervenção, o ainda líder do Governo referiu-se ao mais recente relatório da Comissão Europeia sobre o impacto do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) no Produto Interno Bruto (PIB), dizendo que, no caso de Portugal, num cenário mais pessimista, acrescentará dois pontos percentuais em 2026.

“Num cenário mais otimista, o PRR poderá acrescentar 3,5 pontos percentuais de forma estrutural ao nosso PIB. Significa um crescimento estrutural do nosso produto entre 2 e 3,5 pontos percentuais, o que acelerará brutalmente a nossa convergência com a União Europeia. Portanto, não havendo qualquer disrupção na execução do PRR e continuando a executá-lo ao ritmo atual, em 2026, segundo as previsões da Comissão Europeia, teremos só por via do PRR um crescimento entre dois e 3,5%”, assinalou.

Ainda sobre a evolução do país em termos de modernização da economia, fez a defesa de que Portugal deve explorar as suas reservas de lítio - um recurso mineral que disse que poderá permitir ao país entrar na produção de baterias de automóveis e de telemóveis.

Na última intervenção da apresentação do livro, Miguel Costa Matos, antigo assessor do primeiro-ministro, António Costa, manifestou-se confiante de que o país “fará justiça aos governos socialistas, que reverteram os cortes e viraram a página da austeridade em Portugal”.

Já o secretário-geral dos jovens socialistas disse fazer este ano 16 anos de vida política e referiu que o seu livro foi escrito a pensar em outro ciclo político, antes da demissão do atual Governo em 7 de novembro de 2023.

“Este não é um livro técnico. Procuro deixar sementes. As ideias de que aqui apresento são um acrescento à biodiversidade da nossa democracia. A nossa democracia precisa de ideias”, afirmou o líder da JS, recebendo uma prolongada salva de palmas.

Na primeira intervenção da sessão, o dirigente socialista Duarte Cordeiro salientou o desafio que Miguel Costa Matos lança no seu livro aos socialistas para “saírem da sua zona de conforto” e entrarem “na batalha das ideias com campos alternativos da direita”.

“Estamos perante perigoso que podem colocar em causa a democracia, com uma extrema-direita que se aproveita do medo e do desconhecimento e que recorre a mentiras. A democracia, que este ano celebramos 50 anos, não é um dado adquirido. Os direitos não estão garantidos”, advertiu.

Duarte Cordeiro, ministro do Ambiente e da Ação Climática, referiu também a existência de “uma direita radical que aposta numa lógica individualista”.

“Destacam-se por apresentar soluções com aparentes ganhos imediatos, como os choques fiscais, mas sem discutirem as consequências da rutura que vão provocar nas funções do Estado social”, declarou, num discurso em que também destacou “os progressos” de Portugal em matéria de cumprimento das metas ambientais.

“Em 2023, estabelecemos vários recordes, entre os quais o facto de termos seis dias consecutivos de consumo da eletricidade só com as nossas fontes renováveis e ainda com exportação para Espanha. Temos de deixar memória dos nossos resultados”, sustentou, numa sessão em que estiveram presentes os ministros da Economia, António Costa e Silva, da Agricultura, Maria do Céu Antunes, e da Ciência e Ensino Superior, Elvira Fortunato, além do secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Tiago Antunes.

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