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Tita Maravilha vence Prémio Revelação Ageas D. Maria II

24 abr, 2024 - 20:30 • Maria João Costa

Na quinta edição, o prémio anual distinguiu a autora, encenadora, performer e programadora. O presidente do conselho de administração do teatro fala numa “artista multidisciplinar que tem agitado águas no panorama performativo português”.

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Depois de Sara Barros Leitão, Mário Coelho, Cárin Geada e Pedro Azevedo, o Prémio Revelação Ageas Teatro Nacional D. Maria II (TNDM) foi atribuído a Tita Maravilha. O anúncio foi conhecido esta quarta-feira, no São Luiz Teatro Municipal, em Lisboa, numa cerimónia que antecedeu o espetáculo “Quis Saber Quem Sou – Um concerto teatral”, de Pedro Penim.

A autora, performer, programadora, mas também encenadora, nascida no Brasil, “simboliza a qualidade, diversidade e efervescência do teatro que se faz em Portugal”, referiu Rui Catarino. Nas palavras do presidente do conselho de administração do TNDM, Tita Maravilha é uma “artista multidisciplinar que tem agitado águas no panorama performativo português”.

O galardão anual, que reconhece e promove os talentos emergentes do teatro apostando no desenvolvimento de um percurso profissional, premeia assim a artista multidisciplinar, que se assume como uma “inventora de universos”.

O júri composto por 15 profissionais de diversas áreas do meio artístico e cultural destaca assim esta artista que reside em Portugal, desde 2018, e que estudou artes cénicas na Universidade de Brasília.

Tita Maravilha, que costuma dizer que coloca nos seus processos criativos “as dores e delícias de ser um corpo dissidente”, participou, em 2022, na peça “As três irmãs”, vencedora da 5.ª edição da Bolsa Amélia Rey Colaço. A autora assinou recentemente, entre outros trabalhos, os projetos “Trypas Corassão: Espetáculo em Dois Atos”, Tita no País das Maravilhas ou Exercício para performers medíocres.

Numa reação, a vencedora Tita Maravilha começou por dizer que recebeu “o prémio com coração cheio e bolso menos vazio”. Agradeceu a todos os que se emocionam com o seu trabalho.

Dedicou o prémio à sua mãe, e lembrou todas as mulheres da família onde se inspira para a criação do seu trabalho.

Tita Maravilha, que aproveitou o momento para deixar algumas mensagens, disse que o prémio “celebra todas as pessoas trans, não binárias e travestis” e “todos os emigrantes que formam este país” e gritou “Poder ao povo pobre”.

Agradecendo o prémio, lembrou que a “ferida colonial ainda sangra” e concluiu que “liberdade é a palavra em disputa, mas fascismo nunca mais” e que a “arte transforme”.

Criado em 2020, o Prémio Revelação tem “destacado talentos emergentes nas áreas da interpretação, criação artística, design de luz e cenografia e figurinos, reforçando a importância de reconhecer o trabalho exemplar que jovens artistas estão a desenvolver no setor teatral em Portugal, contribuindo decisivamente para a sua vitalidade", assinala Rui Catarino, presidente do conselho de administração do TNDM.

Com o valor pecuniário de cinco mil euros e atribuído a criadores até aos 30 anos, o prémio representa, segundo Inês Simões, diretora de comunicação corporativa, marca e cultura organizacional do Grupo Ageas Portugal “mais um passo na dedicação em destacar e apoiar os jovens talentos nacionais”.

Inês Simões afirma que a atribuição da distinção a Tita Maravilha serve “a convicção e esperança de que este reconhecimento sirva de plataforma para o desenvolvimento do seu percurso profissional e para um merecido reconhecimento perante todos”.

Atualmente, Tita Maravilha, além de ter em fase de internacionalização o projeto "Trypas Corassão", desenvolve também, juntamente com Cigarra, o projeto de música eletrónica e performance.

O júri deste ano foi constituído por Álvaro Correia, António Durães, Catarina Barros, Cucha Carvalheiro, Cristina Carvalhal, Isabel Zuaá, John Romão, Mário Coelho, Marta Carreiras, Patrícia Portela, Pedro Barreiro, Pedro Mendes, Rui Pina Coelho, Sara Barros Leitão e Tónan Quito.

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