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Economia

“PRR não avança o suficiente”, lamenta presidente da Caixa

10 jul, 2023 - 22:03 • Filipa Ribeiro

Paulo Macedo fez uma breve análise do comportamento da economia no encontro Fora da Caixa em Elvas e diz que "é necessário resolver a demografia", antes de se resolverem outros problemas.

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O “talento e a criatividade são essenciais para a economia” defendeu Paulo Macedo, presidente da Comissão Executiva da Caixa Geral de Depósitos.

O encontro Fora da Caixa, organizado pela instituição bancária, decorreu esta segunda feira em Elvas com o foco na cultura. Paulo Macedo dá como exemplo Évora que, por ser Capital Europeia da Cultura em 2027, “espera-se que a região se potencie para o mundo e que todo o valor que será criado fique depois do evento com mais turismo”, explica.

Para o responsável pela Caixa Geral de Depósitos, o crescimento económico dos últimos anos é “bastante mediano” com “elementos positivos” como o crescimento do PIB que significa que algumas empresas tiveram um bom ano. Paulo Macedo salientou ainda que em muitas empresas os problemas passam pela falta de mão de obra o que está relacionado com o problema da demografia em Portugal.

“Há setores com falta de mão de obra qualificada e não qualificada”, diz Paulo Macedo acrescentando que “claramente são precisos mais migrantes para satisfazer as necessidades das empresas e permitir o crescimento do PIB”.

Para Paulo Macedo não faz sentido pensar na semana de 4 dias se a demografia cair a pique. “ É necessário resolver a demografia para avançarmos para outras medidas”, afirma, indicando que existem melhores condições financeiras do que há 40 anos, mas que as pessoas têm hoje em dia menos filhos.

Sobre o investimento sublinhou que está “assim mais ou menos”, sublinhando a falta de avanços no PRR. “Todos gostaríamos que o PRR estivesse com plano de pagamentos executado superior àquilo que está”, defende sublinhando o sector da construção. “Hoje em muitos sítios não há construção nova. Teria lógica que a habitação premium crescesse e a outra estabilizasse para resolver a questão dos preços”.

A cultura pode impulsionar a economia?

A dúvida foi tirada no encontro Fora da Caixa, em Elvas. A criatividade e a riqueza cultural estiveram presentes em todos os discursos.

Isabel Capeloa Gil, Reitora da Universidade Católica Portuguesa falou sobre as estratégias e a cultura. Sublinhou por exemplo o impacto que um videoclipe de Beyoncé teve nas receitas do museu Louvre, que contribuiu para um aumento de 50% das visitas ao museu. “É uma mega operação de marketing com uma divulgação global extraordinária que traz encaixe financeiro extraordinário” diz e acrescenta “ a França é o país europeu onde o contributo da receita da cultura para a economia é mais elevado”.

E foi precisamente a cultura que encerrou o encontro com canções interpretadas por Pedro Abrunhosa e o Grupo de Camponeses de Pias.

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