Francisco Sarsfield Cabral

Contra a irresponsabilidade

17 out, 2012 • Francisco Sarsfield Cabral

Nesta altura, o chumbo do Orçamento do Estado para 2013 teria como consequência a bancarrota, deitando pela borda fora os sacrifícios já feitos pelos portugueses e abrindo uma fase de extrema austeridade.

Contra a irresponsabilidade
O CDS não gostou da proposta de Orçamento. É natural: quem gosta de um tão brutal aumento de impostos? Mas o desagrado público de deputados do CDS (e alguns do PSD) não pode pôr em causa a aprovação do OE.

Nesta altura, o chumbo do OE – reclamado pelos partidos da extrema-esquerda – teria as consequências que Vítor Gaspar apontou: significaria o rompimento com a “troika”, que cortaria o financiamento a Portugal.

Mais: iria inverter dramaticamente a tendência dos últimos meses na recuperação da confiança em Portugal por parte dos mercados.

Em suma, seria a bancarrota, deitando pela borda fora os sacrifícios já feitos pelos portugueses e abrindo uma fase de extrema austeridade.

O ministro das Finanças desafiou os deputados da maioria a apresentarem alterações ao OE na especialidade. Faz sentido, desde que não subam o défice; ou seja, baixem alguns impostos, cortando o equivalente na despesa (foi que o Conselho de Ministros tentou fazer em longas reuniões, com fracos resultados).

Mas chumbar o OE no Parlamento seria uma indesculpável irresponsabilidade.