15 jun, 2021 - 22:09 • Maria João Costa
“Esta Destemporada, espero bem, e faço figas que isso aconteça, será o epilogo da pandemia cultural”, foi assim que Elísio Summavielle, presidente do Conselho de Administração do Centro Cultural de Belém (CCB), introduziu esta terça-feira a apresentação da “Destemporada”, a programação do Centro Cultural de Belém (CCB) para o Verão.
Os meses de julho e agosto vão trazer ao CCB, espetáculos de dança, teatro, exposições, atividades ao ar livre, mas também cinema e muita música. Um dos palcos desta Destemporada será montado na praça do CCB em blocos de cortiça.
Este ano o arquiteto escolhido para desenhar o espaço ao ar livre é Ricardo Bak Gordon. À Renascença, o responsável pelo auditório fala “num grande desafio”. Depois de Carrilho da Graça no ano passado, este ano Bak Gordon diz que lhe interessou trabalhar a cortiça, “uma matéria muito extraordinária que contrasta muito com a pedra com que todo o CCB é construído”.
É na praça do CCB, nos blocos criados pela Corticeira Amorim que o público vai poder assistir a concertos como os de Legendary Tiger Man, agendado para dia 28 de agosto, ou Selma Uamussen a 7 de agosto e Glockwise já a 17 de julho.
Na música outro dos destaques vai para a clássica com espetáculos como a ópera “Maria de Buenos Aires” que vai marcar no palco do Grande Auditório, a 22 de agosto, os 100 anos de Astor Piazolla; ou a 15 de agosto, um concerto com a Orquestra La Nave Va Exsultate construído tendo como epicentro a soprano Ana Paula Russo que participou no concerto inaugural do CCB.
Mas há também teatro para ver na Destemporada e desde logo o destaque vai para a presença da atriz italiana Monica Belluci no CCB a 10 e 11 de julho no espetáculo “Maria Callas – Cartas e Memórias”, concebido por Tom Volf e que será apresentado no Grande Auditório no âmbito do Festival de Teatro de Almada.
Os Artistas Unidos vão também apresentar de 6 a 15 de agosto o espetáculo “Morte de um Caixeiro Viajante”, de Arthur Miller, com encenação de Jorge Silva Melo e nos dias 27 e 28 de agosto, “A Castro” de António Ferreira com encenação de Nuno Cardoso subirá ao palco do Grande Auditório.
O prato forte da programação da Destemporada será, contudo, a dança. Desde logo com o espetáculo “Bate Fado” criado pelo fadista e pelo coreógrafo Jonas & Lander. Este espetáculo acontece depois de vários anos de pesquisa sobre as origens do fado dançado e será um espetáculo “hibrido entre um espetáculo de fado e uma performance de dança”, explica à Renascença Jonas – o fadista que dará voz ao concerto que será dançado por quatro bailarinos.
O programador Rui Horta sublinha que “o CCB é o sítio para estar durante este Verão”. Nas palavras do programador, no CCB “há sempre qualquer coisa a acontecer”.
E basta olhar para o cartaz da dança para perceber que a oferta é diversificada. A 15 de agosto, Beatriz Dias estreia o espetáculo “Neon 80” na Black Box, Jorge Jácome e Marco da Silva Ferreira apresentam no Pequeno Auditório “Siri” dias 23 e 24 de julho; já o coreografo Moritz Ostruschnjak leva ao Grande Auditório dias 5 e 6 de agosto instruções para dança, o nome traduzido do título original da obra “Tanzanweisungen”.
“Depois destes meses de cacimba, de fechamento e pantufas”, como referiu o administrador Delfim Sardo, o CCB apresenta também uma programação de cinema. Este verão poderá ver um ciclo de sétima arte dedicado à música. Vão passar pelo CCB filmes como “Pele Escura” de Graça Castanheira, a 4 de julho; “Shine a Light” de Martin Scorsese a 16 de julho; “Amazing Grace” de Sidney Pollack e Alan Elliot a 23 de julho ou o documentário sobre Neil Young filmado por Jonathan Demme a 30 de julho.
Há ainda programação da Fábrica das Artes para os mais novos seguindo o ciclo dedicado a Alice no Pais das Maravilhas e exposições como a de arquitetura da Garagem Sul dedicada ao tema da Casa. Nas atividades ao ar livre está previsto um atelier de serigrafia, aulas de pilates, yoga e Tai chi chuan, bem como sessões de showcooking no Jardim das Oliveiras todos os sábados de julho e agosto.